A memória é uma utopia, ficção que se confronta com a complexidade e a irredutível multiplicidade do real. O esquecimento é um mundo anacrônico, cheio de retardos e perdas, é um monstro apressado, absorvente, tecido por mil memórias. São necessárias memórias para serem esquecidas, depois é necessário esquecê-las.
Entre memória e esquecimento reina a profusão de Babel.
(parágrafo de FRONTEIRAS QUE SE NARRAM, artigo científico desenvolvido para uma disciplina dos Estudos Culturais.)