segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Não fui feita para o calor de Cuiabá. Minha pele está cozida e os miolos serão servidos no jantar.

Reforma Ortográfica

Nosso Presidente assina hoje o decreto sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Não sei não. Talvez a nova "tranquilidade" seja mais "tranquila" do que a velha "tranqüilidade". Mas tenho a leve impressão de que "voo" não nos trará a mesma sensação de "vôo", assim, sem o pássaro por cima da palavra. E tem outras coisas que ainda estou em dúvida se vieram mesmo pra facilitar.
Bem, já estou me sentindo meio antiga, afinal o discurso começa a ficar diferente. Daqui uns dias, no meio de um deslize, eu terei que dizer:

- É que eu sou do tempo...

É que eu sou do tempo em que se acendia uma lâmpada quando a "idéia" aparecia, e esse acento aí atrás fazia parte da luz. "Ideia" tá me parecendo um pensamento no escuro... coisa do governo com essa mania de apagão.


(Pra quem quiser conferir as mudanças: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/29/ult4528u453.jhtm )

domingo, 28 de setembro de 2008

1- desejo de vôo
2-espaço e tempo, memória e esquecimento
3- give me a kiss, love...
4- libertá e algum enfim
5- um pouco de sono também
6- ié ié ié
7- palavras que ficam para sempre
8- poucos rascunhos e só
9- blues and rock and roll
10- putz! me esqueci do chá de alecrim
duas bocas quando se beijam e dois corpos quando se unem resignificam-se. os corpos quando unidos ou separados reformulam-se, e mesmo quando desunidos definitivamente não voltam ao estado inicial, pois já não são mais os mesmos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Es así todos los días. Sigo intentando un encuentro con palabras fuertes que puedan sostenerme, pero cuando miro la cara y las manos de las que me caen, me doy cuenta que en mi boca solo corren palabras borrachas.
12- ânsia de ficar admirando
13- beijo demorado nas costas da mão
16- do you have rain?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1- acendendo outro incenso
2- olhada para a cara de alguns livros espalhados e tal
3- borboletas azuis
4- chá concentrado de alecrim
5- a cabeça não está tão vazia
6- estalo: beijo com gosto de sangue
7- minha memória não tem salvação
8- a pedra me diz: 'eu sou uma pedra!'
9- Roger engenheiro
10- ainda me lembro de Antonio Carlos Jobim
11- um pouco mais de concentração, concentração...
14- outra poção de alecrim
15- oração pra Santa Laura (foi aconselhamento sério), abro os livros e começo a escrever, enfim.
e há de ser

e há de ser

decerto

deserto

sem ser tão...

ser tão...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

já é primavera, desde ontem.
e eu estou feliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiz. desafinadamente feliz.


(plantamos uma árvore com as crianças pra comemorar.)

Fronteiras?

Territórios não se delimitam, fronteiras não se marcam. Não importa de que estejamos falando, sejam as fronteiras da identidade individual ou cultural, as fronteiras das palavras, da linguagem ou do pensamento, as fronteiras da memória ou do esquecimento, as fronteiras do corpo, do espaço ou do tempo, etc.
Toda construção, seja ela identitária ou de outra ordem, se dá em processos mnemônicos, conscientes ou inconscientes, apreendidos pela memória ou que escapam a ela.

Sem perceber, vamos caminhando num movimento contínuo de sentidos que vão sendo atribuídos pelos balizamentos construídos e (trans)vertidos, sempre de uma possibilidade a outra, entre extremidades e sentidos demarcados por limites que são estabelecidos e rompidos. Todo movimento é ação/reação, é osmótico, reflexo do entorno.

As fronteiras são linhas de sensibilidade que se cruzam, ora copulam, ora se barram e assim vão construindo sua própria história, contada pelos des-re-territórios que detém. Os territórios são compósitos incapazes de se controlar plenamente, pois sempre haverá algo para além dos seus contornos.
As fronteiras são líquidas, dialeticamente construídas.


(os territórios somos nós. até aonde vamos?)

sábado, 20 de setembro de 2008

Constante

Finalmente chove. É uma chuva sem vento, sem força, mas constante. Assim o prazer se prolonga por mais tempo e me apego ainda mais... porque é constante. Olha, até que é um nome bonito...

Aos vinte sóis postos do mês de setembro do ano de dois mil e oito, interrompendo pesadas noites e tórridos e longos dias de calor, fumaça e sequidão, cai em solo sedento após diversas tentativas, a primeira chuva do período, que por ser longa e vir desacompanhada de ventos fortes e torrente, achou-se por semelhança chamá-la Constante. Assim foi feito.


(Talvez seja este o segredo... de tudo que é, porque quando não é deixa de ser.)

(chegou antes de domingo a tarde, mas as surpresas são sempre emocionantes.)
( chuva caindo é música que se improvisa. estou feliz!)



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ela está por perto.
eu sei que vem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

0

Não sei, não sei. Tem alguma coisa estranha rolando e nem adianta me perguntar se é pra mais ou pra menos. Não sei, de fato. Tenho andado muito... alguma coisa (ou menos).
Como se não bastasse esquecer tudo, agora já nem penso. Ando com uma mania feia de querer fazer qualquer outra coisa, menos o que devo. Um bom exemplo são os livros. Sinto um prazer enorme em folhear qualquer um que apareça pela frente, só não os teóricos do mestrado. Dia desses eu só queria algo que tivesse figuras, como criança que escolhe o livro pelas cores, e com preguiça de ficar emendando letrinhas faz a leitura da história olhando só os desenhos (já fiz muito isso, mas nos velhos tempos, quando era criança de verdade).

Ontem eu fiquei por horas na livraria olhando pequenos manuais de física, química, biologia, história do Brasil, arquitetura e até um livro de piratologia (é, piratologia).
Hoje tomei uma decisão drástica. Chega dessa falta de senso com o dever, oras!
Me coloquei sentada numa cadeira em frente a um dos livros que DEVO ler e daqui eu não sairia sem escrever umas boas linhas para a dissertação. Até que eu fui obediente, mas... SHAME ON YOU!

O sol subiu, manteve-se a pino, declinou e agora já foi dormir. Se me perguntar dos matizes de cores que o artista usou na obra que estampa a capa do livro eu conto tudo pra você...

(sete incensos jazem na janela. quando vai ser a hora de acordar?)

domingo, 14 de setembro de 2008

I believe in the moon.

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu moro num fim de rua. Minha casa fica na parte baixa, onde a rua termina. É no meu portão que ela morre... ou nasce.
A rua é uma linha reta ladeada por árvores médias, formando um corredor que sobe e afunila. Daqui, olhando lá em cima, a fronteira é de asfalto e céu.
E é desse ângulo que eu vejo a lua, toda cheia nascendo lá na fronteira. Ela surge no meu pedaço de horizonte, justo no meu pedaço de horizonte. Quando isso acontece, a impressão de quase sempre, no início, é de que ela vai se soltar e rolar ladeira abaixo. E eu teria a lua na concha da minha rua em frente ao portão. Mas ela continua eternamente firme, enorme, subindo, eclipsada ou não, cheia ou não, enquanto a gente gira pra direita, enquanto eu continuo sobre a mesma superfície, olhando, lívida, imóvel, pregada num risco qualquer do chão.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

DAS DESCRIÇÕES

- E aí, como foi, me conta?!

- Pô velho, cê não faz idéia... foi muito louco... mó viagem, cara... cê tem que ver... a sacada do cara é demais... ele é fudidão pra caralho... muito louco mesmo... pô! foi lindo pacas... aí... cê tem que ver... quando cê for ver, cê vai sacar logo de cara tudo o que eu tô te falando... é mó onda...pu-tiz gri-la!... pirei nele, meu... boto fé, boto fé... tipo... ... ... cê tá entendendo?

- (ô.ô)... ahãn...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Por onde anda a chuva que não vem?
(o desejo é fundo, enorme, aberto.)
Por onde anda eu no todo?
Um silêncio de areia povoa o meu deus deserto.

Aqui não se salvam fantasmas... nem almas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"tudo em ti é da natureza
e toda natureza é arte
minha natureza de ti parte
e finda em ti mesma."

(pra sempre é muito tempo, e é pra lá que a gente leva algumas coisas)
"... o que você demora é o que o tempo leva."
(Vambora - Adriana Calcanhotto)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre o Tempo

Foi assim quando passei pelo retorno de Saturno. É você parado e o tempo correndo, é um lugar seco e seguro e a tempestade lá fora, é urgência e é calma, noite e dia, inverno e verão.
(De que lado você está?)
Tudo o que é, de repente, já não mais...
E tudo sempre volta, igual e ao mesmo tempo diferente.





(O tempo continua passando e isso aqui já envelheceu. O novo sempre estará por chegar.)

sábado, 6 de setembro de 2008

FRAGMENTOS - por Maurício Oliveira


FRAGMENTOS
por Maurício Oliveira (MT)
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As imagens que serão expostas constituem um grupo diversificado de fotos urbanas e de fotos de natureza selvagem. A característica que todas têm em comum é a sensação clara de serem “fragmentos de algo muito maior”. Todas têm o poder de sugerir que existem elementos que escancaram a nossa pequenez diante de um mundo de características monumentais. E, em função de nosso cotidiano, acabamos ignorando essa percepção.
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Período: 06/09 a 05/10 - Local: Galeria de Artes
SESC ARSENAL - Cuiabá
Terça a Sexta-feira: 14h às 21h
Sáb., Dom. e Feriados: 16h às 20h
Entrada Franca
eu queria que a chuva chegasse num domingo
no fim da tarde

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

abraço engenheiro

De pé, na parte mais escura do jardim, olhando a rua, eu recebo um abraço. Tem um vento tão bom nesta noite! O vento que chega se encosta todo em mim. A sensação é a mesma daqueles abraços de corpo inteiro, onde a gente toma consciência do nosso corpo e do corpo do outro dos pés à cabeça. É um abraço que descansa, que dá prazer. Só agora percebo quanto tempo faz que não me entrego a um abraço demorado, desses abraços cheios de engenho onde a gente se encaixa tão bem no outro que não tem mais vontade de sair. Desses abraços que nos deixam assim... zen, que nos enchem de calma de uma tal maneira que a gente até se esquece, por um momento, de onde veio e pra onde tem que ir...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

catando post lá de baixo, acho que é saudade

Ai, que saudade de ti!

Lá em Poa tudo é sempre tão tri...

E me lembro do pôr-do-sol no Guaíba visto da cúpula da Casa de Cultura Mario Quintana em tardes fugidas cheias de solidão, sob o céu de Porto Alegre...
O sol se esfria no Guaíba. Quando encosta faz tsssssssss... ^^
O clip é da Pública, banda de lá. Mostra alguns pontos da 'Londres' brasileira. O som da galera é muito bom.