quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

desejos absurdos também estão valendo?

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

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a primeira árvore que plantei na vida foi um lindo falso-chorão de tronco enrugado e cabelos compridos. meu coração está partido. cortaram-no a facão, impiedosamente.

a paisagem está vazia, desconfigurada e triste.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

é sempre o mesmo sonho, e de modo diferente, a mesma ausência.

domingo, 28 de dezembro de 2008

você é um personagem que não existe fora das palavras. você é inventado com a força e a complexidade de um ser humano, real para mim, mas não passa de papel. você é só papel.
LANDÉ É LANDÊ?

sábado, 27 de dezembro de 2008

Pensamento sem bordas

dia de viajar para ver a mãe e a hermana. dia de acordar com aquela apreensão insuportável que encosta em mim todas as vezes que preciso pegar a estrada.

finalmente pude abraçar demoradamente a mãe - a hermana só chega na terça. já era quase um ano sem vê-las. a única graça de estar aqui é ficar o tempo todo em casa com elas.

esse lugar não me emploga. mas a uns minutinhos atrás eu estava lá fora e me lembrei de outra coisa que realmente vale muito a pena. essa cidadezinha me dá um céu que Cuiabá não pode me dar. já havia esquecido como é olhar pro céu à noite e ver, de boca aberta, tantas estrelas.
deito na calçada e não consigo caminhar lá em cima, não há espaço onde se possa pisar entre elas.
na primeira tentativa de traçar um caminho, me perco. o labirinto aqui é maior e a decisão é sempre solitária. sombras inquietas continuam à espreita. esse silêncio eu sei de cor, mas continua não me dizendo nada.

fecho os olhos e sonho como uma pedra.
ouço um ruído de coisas se quebrando.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Aretha Franklin e Nina Simone

não sei qual das duas vozes eu escolheria, mas se me aparecesse a Nina com aquele estilão,
até beijo na boca eu topava.
nem fluxo resta à minha consciência. bebeu morfina. está achando que não existe.
...memória?
...
...
hã??

ceia?

nada aberto daqui até a Getúlio. salvos por uma hamburgueria mais ou menos. tinha pão, alface, tomate, mussarela, hamburguer pra quem gosta e algumas batatas sorrindo no prato. voilà, me sinto leve hoje. vou ali compensar com aveia, linhaça, banana e leite em pó de soja integral.
^^

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

sinto saudades de mim.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

YAMÍ

Capítulos de uma Dissertação - II

nesta tarde de dezembro estou aqui, com saudade de sentar no meio fio e dividir um pouco de coisinhas, sejam fúteis ou sérias ou até um pouco de silêncio, mas daquele silêncio bom de dividir. às vezes penso que qualquer hora dessas acabo emudecendo, de jeito que esqueça pra valer como é conversar. tenho estado muito pouco tempo com as pessoas que gosto. começo a pensar que há algo se apagando em mim, estou desaparecendo.
se estou bem? acho que sim, mas tem uma sensação lá no fundinho de perda, de algo se quebrando sem ainda se romper por definitivo. às vezes essa sensação cresce e dá ansiedade, aborrecimento, vontade de chorar, descontrole. não sei do quê nem de onde. depois passa e até esqueço por um momento que tenho estado assim.
a dissertação nunca pergunta como estou. é daquele tipo com dupla personalidade - detesto tipos de veneta -, uma hora me sai macia, carinhosa, outra me trata com pouco caso, estupidez. não gosto porque me faz perder o encanto. no amor, ter encanto é fundamental. quando o encanto se vai... puff! já era. já pensou se o pequeno príncipe se transformasse num sapo pra sua flor? nem as lembranças ela desejaria.
tem alguma coisa turvando meus olhos ou são, de fato, manchas verdes que vejo ali?
eu quero entrar na minha nave espacial e pousar lá no mirante da Chapada, descer até aquela pedra na beirinha do paredão onde quase ninguém vai. meus olhos sentem necessidade de olhar longe. dormiria lá mesmo.
não sei em que ponto do caminho meus pensamentos se perderam.
eu não mudei de idéia, foi o meu caminho que se partiu.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Manchete UOL

No dia 14, Bush levou sapatada de jornalista iraquiano, desde então, protestos por todo o mundo contra a gestão Bush adotaram os sapatos em vez de pedras como provocação.

p.s. Fabricante de "sapatos do Bush" recebe 300 mil pedidos.


(2008 termina com chuva de confete... digo... sapatos. alguma coisa tinha que acontecer)

Morro dos Ventos Uivantes

- What are you thinking about?
- I was thinking about the sea. Have you ever seen the sea?
- I must have done. I don't remember. My life didn't begin until... until...
- Who sent you?
- Nobody.
- Was it a bird?
- A bird?
- Or a tree? Or the wind?
- No, a bird. I don't know.
- Do you Know anything?
- Can you talk to trees? No? Touch the wind? Let's send your spirit into that tree.
- Where?
- There.
- There?
- Make it talk to us.
- Talk to me.
- Listen. Go on, listen. They're calling your name.
- How did you do that?
- I can do lots of things.
- What things?
-Stand up. Where are you going? Como here. Come here. Come back here. Come here. Close your eyes. If when you open your eyes, the day is sunny and bright, so shall your future be, but if the day is full of storms so shall be your life. Now, open your eyes.

(WUTHERING HEIGHTS - Emily Brontë)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

das coisas que você precisa fazer antes de morrer

já não se pode mais partir dessa para outra tendo apenas plantado uma árvore, cantado uma música e escrito um poema. a gente tem que ouvir aqueles 1001albuns , e tem também os 50 filmes que não podemos deixar de assistir antes de morrer.
melhor fazer isso logo porque nunca se sabe...

vê aí: http://cinema.cineclick.uol.com.br/noticias/index.php?id_noticia=21475

um beijo!

Morpheu me chamando

sono, sono. muito sono. é o que mais tenho sentido ultimamente.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

resultado da enquete

ok, tem uma cesta para o bush. ele ganhou. vai uma chuva de saparos pra ele.
plof,plof,plof,plof,plof,plof,plof,plof,ploffff...

e eu a-do-rei a idéia do Guga: jogar meias sujas e as cuecas também. vai tudo... hahahahaha
calcinha não vale porque tem outra conotação.

e eu queria que chovesse sapatos lá em Brasília também, na cabeça do nosso mui digníssimo présedenti e em toda a galera do mensalão, da dançarina e... bah! todo o resto.resumindo: que o congresso desmorone.
sabe que é uma idéia?! se não dá pra jogar os sapatos a gente pisa na lama e deixa a marca na parede. já imaginaram um monte de marca de sapato na parede do congresso?
yes!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

enquete

em quem você atiraria o sapato nesse ano de 2008?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

das decepções

a tua alma é um velho de cócoras/olhando por trás de pesadas rugas/satisfeito de mornas paixões/incapaz de sustentar memória/esquecido/vive de lassidão/sem coragem de amar a morte/adeus! estou indo para o norte/ao sol.

Bushit!

Alguém teve coragem.

Ver um Sapato voando sobre a cabeça do presidente dos estados unidos me deu uma tremenda indignação...
UUUUUUUUUUUUUUHH! ERROU O ALVO!!
Pensando bem, só o fato de ter um Sapato voando naquela direção já é satisfação de sobra. Não consigo parar de imaginar a cena do Sapato acertando o bush, mas, enfim, um sapato voando sobre a cabeça dele é, definitivamente, mil vezes melhor que nada. O ato de jogar o sapato em alguém, lá no Iraque, tem um sentido terrível, ainda mais sendo chamado de "cão". Ah! eu adoro significados.
Este homem, bush, nos faria rir, não fossem os motivos em nada atrativos com que regalou o mundo durante estes longos 8 anos. Conseguiu construir, juntamente com aqueles que o apoiaram, um monumento estúpido com registro em estela e tudo de toda a sua imbecilidade, ignorância, vileza entre outros.
O Sapato voador é tardio, mas infalível e festejado no ato (será que alguém o guardou?) .
Mutazem al Kaidi é o nosso homem com estômago mais sensível que os outros.
Mutazem al Kaidi Lança Sapatos. O título aqui é nobre, merece aplausos. Fica o nome registrado com desejo de que seja lembrado para todo o sempre, amém.

Meu voto vai para O Sapato.

alguma coisa que me escapa

... um período de árvore, a raiz de uma pedra, uma lagartixa na janela, o ser desimportante, algumas coisas que não me levam a coisa nenhuma, o cheiro gosmento de um colosso gigante, um louco de estandarte, o lodo da noite. um silêncio concreto, um olhar que foge, a verbalização do que se esquece, rascunhos de vontade, palavras que morrem antes.
sabe quando você acorda, abre a janela e vê o dia todo iluminado, o céu com aquele azul único que tinta nenhuma consegue alcançar, passarinho cantando num fôlego invejável a sua melodia incrível, ar puro, perfume de flores e cheiro de grama, tudo sorrindo...

pois é, hoje não tá assim não.
eu vou deitar. quero dormir e sonhar com o meu Quintana.

domingo, 14 de dezembro de 2008

eu fico com a resposta que o joão rafael me deu, quase sussurrando. obrigada. de verdade.



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vou beber suco de uva até cair e bolar um jeito de adquirir Morangos Mofados. quero tê-lo. esse título nunca me saiu da cabeça. li pela primeira vez aos treze e acho que não entendi nada, não me lembro de nada.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

com licença, estou fazendo uma pesquisa, alguém poderia me responder uma perguntinha rápida?
nessa galáxia existem pessoas sensíveis, verdadeiras e com aquele programinha de reciprocidade instalado e funcionando?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

aaaah! isso eu quero postar também.
catei lá do Catarro.

'Jornais e revistas de 29 países, online: aqui.'
aproveitando o embalo nessa história de efeito retardado (o que em mim não é novidade nenhuma) queria falar do dia do niver, da festa quase surpresa e que não foi porque peguei todo mundo no pulo, dos telefonemas, algumas mensagens e muitos beijinhos. queria contar que eu ganhei um livro com uma dedicatória linda de morrer com desenho meu na versão anjinha de cabelos vermelhos, uma barra de chocolate, um café pago, um colar gigante, um sabonete líquido que dá vontade de comer, uma blusa de donzela e outra amarela, uma braçada de flores lindíssimas e... um ferro de passar roupa. ^^
não que a galera se importe com o fato de eu andar meio amarrotada, mas é que o black & decker que morava aqui foi embora de mochila e tudo.
outra parte boa foi o bolo que era de sorvete e que todo mundo teve que comer usando garfo. é que eu sou meio distraída, sabe!?
percebi na hora de lavar os pratos.
tarde demais, já é lua cheia. são só dez dias de atraso.
hehe...
ficam as imagens.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

em viagem ao redor do sol

queria ter postado antes, mas as fotos que consegui na minha sonyzinha não tinham ficado boas. agora achei umas na galeria de fotos UOL.

nessa altura do mês eles já estão bem longe da lua, mas no início estavam super próximos. coisa linda de ver. ainda dá tempo, apesar de estarem mais distantes. o melhor horário acho que é lá pelas 8 (mt). é só achar a lua, os dois planetas estão logo abaixo.

LUA, VÊNUS E JÚPITER.


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não há como sentir a vertigem do momento sem deixar-se embaralhar por ele

Venho dos lados de Várzea com alguns pensamentos na cabeça. Pensei na redundância que isso representava, mas deixei que ficasse assim mesmo.
O Salomão me cutuca e mostra o sol quase encostando no rio. Espero pelo barulho.
O dia é morno agora, tem um vento leve soprando. Ouço o Tim Buckley e acho que tem alguma coisa dele nos Secos e Molhados. (alguém aí?)
Penso em acontecimentos e silêncios cavernosos.
Enquanto estou ali parada o tempo passa gritando cheio de razão coisas do tipo 'nada existe'. Tá! O presente é falso, não existe, porque o tempo não fica parado, passa; o futuro é algo que nunca vai existir porque sempre estará por chegar e nunca chegará.
A tristeza nisso tudo é que o passado é a única coisa verdadeira, mas já passou, portanto não existe mais. Onde é que nós ficamos?
Aí, pra evitar vestir pensamentos, você tira a roupa de algumas palavras, mas elas continuam como antes, dizendo o que dizem. Se você tenta dizê-las, então, o português fica macarrônico.
Melhor ficar aqui quieta e não pensar em nada, quem sabe as idéias se apagam.

Só acho muito difícil mudar as coisas de fora pra dentro.

limite

Tudo está compreendido no corpo. O limite do corpo está no corpo, subsiste ao corpo. A pele é um limite real do corpo, o continente é o limite real do conteúdo. Intelectualmente falando, o limite é uma passagem súbita entre o ser e o não ser, entre o afirmar e o negar.

(querer e não querer)

sábado, 6 de dezembro de 2008

meus passos andam meio absurdos
como os daqueles cavalos correndo em Epsom de Théodore Géricault.
eu volto pra casa com a lua nos olhos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A memória é você (presente do Afonso)

para a Ângela

Em mim mora a memória


na pele alva e transparente
há um diafanar
cheio de crivos e de força

na fonte densa do primeiro órgão
vive e transpira a imagem e as mensagens

da persona
per-sonagem

(afonso alves)

replay

no álbum THE CURE do The Cure, a última música do labo B

GOING NOWHERE (Gonzalo Curiel)

volta pro lado A: ANNIVERSARY

lado B novamente: GOING NOWHERE... I'm going nowhere

Sandman



Robert Smith

"And I wonder where I am..."

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

algumas pessoas simplesmente não se importam.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

momentos antes do impacto...

Socorro! HOUSTON!

estou com problemas!
já entrei na camada orbital e não conseguirei aterrissar, minha nave foi danificada por nuvens de gelo alienígenas.

Estou sem controle... HOUSTON!!

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaH!..............................................................................................
.......................................................................................................................................................................

`` ´´
´´ ``

domingo, 30 de novembro de 2008

como um elefante sigo a passos lentos entre a multidão sem que me percebam, mesmo com todo esse tamanho e andar desajeitado. de mim eles nada querem além de um retrato, das presas e patas.
...

o retrato, agora, jaz na parede sem ser notado, as presas ornam o corpo de alguém que eu não conheço e as patas foram impiedosamente cortadas para fazer suporte de quarda-chuva.

morre o elefante, enfim, esgotado.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

TEM DIA QUE É DIA DA GENTE



(fotos by Matheus)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

inóspita, como terra habitada só de ausência
e sozinhidão.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

porque é mais ou menos assim:

quando começo, não paro.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

eu queria sair pra ver o sol.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

heróis em liquidação

eu vou esboçar tudo que é preciso não de bocados quase delicados mas de um tudo tornado coisa de jeito intenso e grosseiro e nada sofisticado e fino e boçal porque a minha natureza é mesmo ser natural e eu nem preciso gritar pra dizer que o que eu quero eu até engulo mas posso enfiar o dedo na garganta e vomitar e depois pedir desculpas porque era pra ser quase sem querer de um modo convergente e até meio animal falando bem rápido e lento tudo ao mesmo tempo sem ainda perder a delicadeza e o verbo que conjuga que ser bom é ser bom nessa coisa de saber fazer as coisas mas num dez em canto ficar fazendo de conta e mentindo e repetindo pra dentro da cabeça que sinceridade anda fora de moda

não tem valor.

domingo, 16 de novembro de 2008

de peito trincado aberto pro espaço

vôo de parapente no mirante em novembro só acontece de 100 em 100 anos. levei minhas havaianas para um lift. paredões da Chapada vistos do alto. foi como estar dentro de um conto fantástico. não tinha sol e o dia era escuro, logo deu pra ver as luzes de Cuiabá dançando a kms de distância. senti vontade de chorar e tudo o mais joguei ao tempo. o vento forte batia na minha voz entrecortando, espalhando e des-re-configurando cada palavra. e me pareciam tão fantasmagóricas as histórias flutuando ao meu lado, pediam que eu as sorvesse de volta.



(só agora entendi que não devia tê-las deixado lá. ficarão ecoando nos paredões até o próximo lift de um novembro ainda muito, muito distante.)

sábado, 15 de novembro de 2008

etimologia das paixões

esses significados impressos lotam a minha margem de dúvida. os dicionários, tão arbitrários e cuspidos de previsíveis equívocos, oprimem meus sentidos. eu prefiro as metáforas e as conotações inexplicáveis que ricocheteiam de língua em língua, de significado em significado. gosto de palavras estrábicas circulando frenéticas, embriagadas de idéias absurdas. detesto as palavras rasas, as frases preocupadas só com a aparência, a língua metódica.

caio de boca em línguas de leis e magias ineludíveis, bosques subterrâneos e avenidas misteriosas, palavras e frases incorporadas, assombradas, simples e ao mesmo tempo loucas.

porque como diria Rousseau, o sentido figurado nasce antes do literal.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

já tinha pensado em Rodrigo Amarante, ex-Los Hermanos, com o Stroke Fabrizio Moretti?
descobri isso só hoje. tá aí a Little Joy - next time around.
a voz feminina, que eu também gostei, é de binki shapiro.
delícia.


http://tvuol.uol.com.br/#list/type=search/name=Resultado%20da%20busca%3A%20little%20joy/q=little%20joy
imboradaqui.
de mim eu não posso fugir.
paciência!
sabe quando tudo aquilo que você tenta esquecer fica gritando pra tudo aquilo que você não quer lembrar?


(que eu pudesse fazer tudo de novo então)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

estoy en el día como el agua de un río que corre parado.
la noche duerme en mi alma. imperfección.

sempre uma de cada vez

queria falar de 3 músicas, 3 melodias:" thinking about you", "high and dry" e "fake plastic trees", todas do Radiohead. nem dá pra contar os dias que passei ao som delas. quando meu espírito se perde é aqui que mais facilmente o encontro.


(eu já disse isso, mas quero dizer outra vez que adoro o timbre vocal puro e anêmico do Thom Yorke.)
meus olhos abertos fechados
pregados na tua imagem que faço refaço
não esqueço.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

tem uma cena engraçada de ontem, quando a gente voltava do IL indo pra Filosofia, lá na UFMT.
o passeio, pra quem não quer andar na rua, é uma calçada alta e estreita feita pra uma pessoa só. até cabem dois, mas já ficam se acotovelando.
bem, ontem tentamos uma proeza: andar em três. eram três magrelos, tudo bem, mas ficou crítico. eu vinha me equilibrando no risco do meio fio, o Afonso no meio e a Allê do lado de dentro. não demorou nada, acabou que eu ...flu! supitei.
- ...aaaaaaaaaaaah!
antes que eu atingisse o asfalto parei no ar.
- ...ãh???!!!
foi o Afonso me segurando, mas... assim... pelos cabelos. ^^
(realiza Carolina!)
foi o salvamento mais hilário que já 'presenciei'.

oneiros-2 (tempo duplo e cindido)

o velho maquinista passa com um abano de braço inteiro pra fora do seu corpo de máquina. parecem familiares os óculos, os cabelos brancos, o gesto grande e o apito do trem. olho pra estrada de ferro e me vejo bem velha nivelando dormentes. aperto o corpo num cruzar de braços e sinto essa saudade que um velho sente dos anos viçosos.

na primeira curva acentuada, um descarrilhamento de mim.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

a minha expressividade é uma palavra já dita.

Eçaraia

meus pertencimentos
são palavras que tuas mãos mencionam
cartas que nunca lêem
pássaros que pousam e vão

o resto de mim é sempre outro

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

e OPS!

de gênio.
entra aí, vale mesmo a pena ler.
"pingapus" publicação de 09 de nov. 2008.

http://gugaalayon.opensadorselvagem.org/2008/11/pingapus.html
o REM lá em Sampa e eu aqui.
ti falá, viu!

http://mtv.uol.com.br/mtvoverdrive/?id=62513

CATARRO VERDE

eita! hoje eu fiquei feliiiiiiiiiiiiz!
sabe o blog que eu falei um dia? aquele do
rrrrac... rrrrrac... rrrrrrrrrrrrrrac-tchu!
( arrancado lá de dentro pra decorar a calçada)
pois é, hoje eu tava daquele jeito, toda morrida quando entrei lá no C
atarro, como de costume, pra dar uma olhada e...
POW! NEM ACREDITO! O CATARRO ME CITOU!!!

15 minutos de fama. bombou tudo aqui. rá!

nem precisa dizer que o Catarro é um dos blogs mais lidos do Brasil e tal. é inteligente e eu me divirto muitcho.
y é, maldita reforma ortográfica. palhaçada, hein!

http://www.catarro.blogspot.com/

abração pro Sergio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quando eu morri
os vermes comeram meus olhos, nada mais.
"Fundação da arte de te desenhar


Em algum leito do golfo de Corinto, uma mulher contempla, à luz do fogo, o perfil de seu amante adormecido.

Na parede, reflete-se a sombra.

O amante, que jaz ao seu lado, partirá. Ao amanhecer partirá para a guerra, partirá para a morte. E também a sombra, sua companheira de viagem, partirá com ele e com ele morrerá.

Ainda é noite. A mulher recolhe um tição entre as brasas e desenha, na parede, o contorno da sombra.

Esses traços não partirão.

Não a abraçarão e ela sabe disso. Mas não partirão."


(Espejos. Una historia casi universal - Eduardo Galeano)
4 da madrugada e os olhos estatelados construindo imagens no escuro. pude ouvir os sons do quarto onde eu dormia no período da greve, lá na casa da tia em Imbé a alguns metros do mar. juro pelo meu pulso. levantei e abri a janela. só a grama e a calçada de tijolinhos. alguém pode dizer alguma coisa? eu tenho meu saco de dormir e o céu está para peixe.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

estive na secretaria de educação colhendo alguns dados para a pesquisa. é um lugar tão lotado, apertado e cheio de mulheres que dá até desespero. eu não quero trabalhar numa secretaria de educação. mesmo que seja daqueles lugares com ar condicionado, papelzinho, cafezinho, computador...

pela manhã fui entrevistar livros. ai... acho que estou apaixonada. são tão inteligentes e calmos e coerentes e incríveis. declamam poesia ao pé do ouvido, contam histórias fantásticas, conversam sobre todos os assuntos, são sérios e ao mesmo tempo descontraídos, fazem rir. são, apesar disso, meio silenciosos, mas é daquele silêncio cheio de palavras, sabe.
eu seria muito feliz lá.
o sol de novembro é um retrato na cabeça e um oco nos meus braços.
não tô conseguindo tirar os sapatos...

PARA SE TER OS PÉS NO CHÃO

basta tirar os sapatos.

domingo, 2 de novembro de 2008

TEM um nome com significado obscuro costurado na minha cabeça. não sei onde o fio começa nem onde termina.
o dia que eu terminar isso eu tomo um porre ALEXANDRE pra comemorar, ou CONAN, sei lá. de qualquer maneira não preciso de muita coisa pra isso, meio copo basta ou dois de suco de uva puro.

zuimmm.... pá!
será que Dissertação lesa a gente?
faz desenvolver compulsões?

sábado, 1 de novembro de 2008

sobre andarilhos e lagartixas

"Vagabundos e andarilhos
costumam deixar, uns
para os outros, pistas
sobre as pessoas que
vivem nos lugares por
onde eles passam,
rabiscadas em pilares,
portões, árvores e
portas."

(Criaturas da Noite - Neil Gaiman)

lagartixas, como são mesmo de paredes, pilares, portões, portas e árvores, aprenderam a prestar atenção nos registros.

Andarilho,

pois é mermão! e não é que demos uma volta inteirinha ao redor do sol?! isso de fazer um circulo e colocar o sol dentro até parece desenho animado, mas né não.
eu nem tinha percebido que o tempo já andava a tanto. é tanto porque parece que foi ontem, mas eu sei que é começo ainda. vai ser sempre lindo fazer circulos para o sol ir se acomodando. andarilhar na sua companhia, mesmo sem sair dos corredores da Filo me dá felicidade por demais.


(trocar receitas vegetarianas sempre estará valendo.)
na minha cabeça tem algumas borboletas. o resto das idéias estão lagartendo por aí.
só quando eu fecho os olhos e sonho
é que eu sonho o sonho todo.

o Quintana é o meu quindin

Ora Bolas: o humor de Mario Quintana - Juarez Fonseca

Aymberê recomenda, depois de A Rua dos Cata-ventos, Caderno H, Apontamentos de história Sobrenatural e todos os outros, claro.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

nada não. só resmungando mesmo.
iço minha bandeira com o emblema do silêncio. não quero falar com ninguém.
acho que tô mudando o rumo das coisas aqui. tudo fase, tudo ficção.


ou não.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

hay algo para volver despues que yá se fue?
eu tô cansada de um monte de coisa. cansada do calor, de ver a hora passar sem que eu tenha conseguido uma grande produção, cansada de esperar não sei o que, de sentir algumas coisas, cansada da dissertação, dessa bosta de computador travando, do raio da TPM, de coisas fora do lugar e do encardido do chão.

tô cansada dos pesadelos. até 3 ou 4 meses atrás era difícil sonhar, depois disso é um pesadelo por noite, quando não vários.
os sonhos andam merecendo consideração, estão se tornando cada vez mais raros.
Pé Grande, o Abominável Homem das Neves, gosta mesmo é de ficar dentro da caverna com uma pedra enooooorme na frente.
Qualquer coisa é só mandar e-mail.
Abração!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MNemosine

a minha memória mora mesmo só aqui.

des-descoberta

ter memória é uma coisa muito djiou... djioutro mundo. faz tempo que eu ando sem. eu costumava não esquecer as coisas, era mais detalhista, analista, observadora. agora tudo passa translúcido. já nem me lembro o que comi no almoço. olho, mas não vejo, ouço, mas não gravo - isso no mesmo segundo.

hoje fui fazer uma entrevista e não levei gravador (esqueci ^^). será que a tia repete tudo de novo pra euzinha se eu voltar lá amanhã com um? até tentei escrever, mas na boca dela tinha um acelerador e meus dedinhos se atropelaram.

poxa, nunca imaginei que memória fosse como sola de sapato.
eu era mais viva, tô meio morrida já. talvez seja isso. e acabo escrevendo porque me dá uma falsa sensação de lembrança pra depois. só é estranho que eu não me lembre de tudo o que eu quero e o que deveria lembrar. o resto tem uma gósma grudenta. não adianta, não sai.
Bilac já dizia que podia ouvir as estrelas. Alguém deve ter achado que era coisa de maluco e tal, afinal, nem deram crédito. Agora vem um bando de cientista afirmando que, de fato, as estrelas fazem barulho. Todo mundo aplaude... e o poeta... rá! o poeta fica sem nenhuma participação nisso.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"É da brincadeira que nasce o hábito, e mesmo em sua forma mais rígida o hábito conserva até o fim alguns resíduos da brincadeira. Os hábitos são formas petrificadas, irreconhecívies, de nossa primeira felicidade e de nosso primeiro terror."
(Walter Benjamim - 1928)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

quero navegar pelo Caribe até a baía de Mobile, ir para um quarto de hotel e depois descer de chinelos pela Main Street com o vento levantando meu vestido. sem essa cara de turista com máquina fotográfica pendurada no pescoço.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E eu pensava que fosse em agosto. Fiz circulos num aeroplano e desenhei sorrisos que só sorriam pra mim. Troquei de anéis com Saturno e esperei a primeira chuva chegar, pra ver se seu rio encostava no meu.

(não choveu forte dessa vez.)
gritinhos de crianças tomando banho de chuva.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Audições antes de morrer

Tá aí do lado, mas não custa lembrar. Os 1001 melhores álbuns da história que você não pode deixar de ouvir, com uma resenha de cada um deles e o link pra baixar. Todas as preciosidades que a gente sempre quis aparecem por lá!

http://1001albuns.blogspot.com/

Quadrinhos

Relançamento do volume inicial de Sandman aqui no Brasil.
http://jovem.uol.com.br/album/sandman_preludiosenoturnos_album.jhtm?abrefoto=11

terça-feira, 21 de outubro de 2008

cumulus nimbus

só ela bagunça o cabelo da gente
e arranca a roupa

do varal.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

porque somos a sociedade do espetáculo toda tragédia vira show. O que era pra ser drama vira performance, o que é horror, de tão espetacularizado, acaba se tornando inspiração.
Algumas coisas me dão nos nervos. Ligar a TV, por exemplo, tem me causado asco.


(Debord continua tendo razão)

domingo, 19 de outubro de 2008

meus pensamentos todos inscritos numa pedra
tudo termina em muros cinzentos que limam o frio

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Capítulos de uma Dissertação

por aqui o que mais se faz é chá. são filas de canecas em efusão. qualquer dia desses me descontrolo e pimba! terei tido uma overdose com alecrim.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

que falta me faz um momento qualquer...

o sabor das palavras

Algumas palavras me dão uma sensação de pertencimento, de idéia possuída desde sempre. Broto no exato instante em que o silêncio as pronuncia, arremessando o eco de seu sabor pela caverna do meu tato. E saio catando a sinestesia de cada uma delas com um repetido desespero e consciência de que havia ainda muito por degustar. E o temor de que todo o sentido se apague por algum descuido do tempo me oca por inteiro.
Essência é uma delas. Es-sên-cia.
Essência tem tanta essência... Essência tem essência no desenho que as letras emendadas fazem no papel. Essência tem essência no som. Sinto um sabor indescritível quando a pronuncio. Sempre que penso nessa palavra repito-a inúmeras vezes pra mim mesma com a intenção de sentir dela aquilo que eu possa ter perdido, sem deixar de passar novamente pelo já sentido.
Essência me faz acreditar integralmente em essência. Essência é essencial. É minha melhor palavra.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Essa lua me invade.

Sobre considerações

Encontrei meu sujeito extraordinariamente antropocêntrico mediado por uma representação lingüística franca. Apresentou-se na sua melhor forma: em silêncio.
Essa linguagem vai sempre além do que suponho. Em silêncio tudo tem sentido, desarmo-me de conceitos, estou permanentemente diante do nada que significa na direção da sua necessidade de significação. Sua tarefa não é dar o sentido, mas descobri-lo. E o sentido é único em cada um de nós, porque vemos e sentimos de maneira única. Não importa nossa intenção, o silêncio tem vida própria.
Estava eu, no auge dessa consideração quando o meu sujeito extraordinariamente 'subjetivo' e nada metafórico, num ataque de nervos, mandou-me calar a boca, assim! nestes termos.


.........melhor o silêncio.




.

sábado, 11 de outubro de 2008

se me calo ou se falo
é com você que me mudo
se estou avesso
você é verso
se você versa
eu suspiro
escuto

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

a minha cor é inconstante
eu sou caleidoscópica como Clarice.


(saudade eu sei de quê)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

na enchente dos meus olhos

o rosto fica alagado de maçãs
me explica,
quais os olhos da tua indecisa cor?




(http://www.fotolog.com/ang_font/23886220)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

.
.
a minha expressividade é uma palavra já dita

Sobre diálogos

perguntou-me do tempo. respondi que não gosto de relógios:


_qual a questão?
_necrose da memória.
_rio sem bordas?
_lunações.


baixou os ombros e fez silêncio. cem anos se moveram. ergui os olhos e perguntei do tempo:


_será que vai chover?
_se o vento mudar...
algumas coisas eu sei etimologicamente de cor*
outras não sei por quê...



(publicado originalmente em http://www.fotolog.com/ang_font/24139267)

*do latim: de coração
" A mulher, nua, é o céu azul. Nuvens e roupas são um obstáculo à contemplação. A beleza e o infinito seriam então admirados sem véu algum."
(Victor Hugo)
Aí veio um cara chamado Gavin Pretor-Pinney e completou: "O que me chama a atenção é o fato de tanto as nuvens como as roupas serem instrumento de sedução. Na condição de "obstáculos à contemplação", ambas podem estimular nossa apreciação da beleza ..."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre essas perguntas feitas aos corpos nus das palavras

DE QUE SÃO TECIDAS AS HISTÓRIAS?
(m.p.)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Acho que o Mario está doente. Clico quinhentas vezes no xis pra fechar uma janela e ele não responde, anda sonolento, devagar quase parando. Cada vez que ligo ele tem uns trecos esquisitos, fica piscando metade da tela, algo parecido com um tic... sei lá.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

It's raining.
tem um vento tão bom nesta noite... é a chuva que vem chegando devagarzinho. tudo flutua num semitom imprevisto entre duas linhas em branco. o ângulo é agudo e ao mesmo tempo liso. sou eu me perdendo em metades e você medindo equilíbrio. é o meu gesto sonâmbulo e o seu silêncio geometricamente impreciso.


(sentir algo é sentir de dentro e sozinho)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

essa história de "você é o que você lê" é uma ditadura.
"Se os dias são de chumbo as palavras precisam ser leves"
(Antonio Carlos Sequim)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Não fui feita para o calor de Cuiabá. Minha pele está cozida e os miolos serão servidos no jantar.

Reforma Ortográfica

Nosso Presidente assina hoje o decreto sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Não sei não. Talvez a nova "tranquilidade" seja mais "tranquila" do que a velha "tranqüilidade". Mas tenho a leve impressão de que "voo" não nos trará a mesma sensação de "vôo", assim, sem o pássaro por cima da palavra. E tem outras coisas que ainda estou em dúvida se vieram mesmo pra facilitar.
Bem, já estou me sentindo meio antiga, afinal o discurso começa a ficar diferente. Daqui uns dias, no meio de um deslize, eu terei que dizer:

- É que eu sou do tempo...

É que eu sou do tempo em que se acendia uma lâmpada quando a "idéia" aparecia, e esse acento aí atrás fazia parte da luz. "Ideia" tá me parecendo um pensamento no escuro... coisa do governo com essa mania de apagão.


(Pra quem quiser conferir as mudanças: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/29/ult4528u453.jhtm )

domingo, 28 de setembro de 2008

1- desejo de vôo
2-espaço e tempo, memória e esquecimento
3- give me a kiss, love...
4- libertá e algum enfim
5- um pouco de sono também
6- ié ié ié
7- palavras que ficam para sempre
8- poucos rascunhos e só
9- blues and rock and roll
10- putz! me esqueci do chá de alecrim
duas bocas quando se beijam e dois corpos quando se unem resignificam-se. os corpos quando unidos ou separados reformulam-se, e mesmo quando desunidos definitivamente não voltam ao estado inicial, pois já não são mais os mesmos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Es así todos los días. Sigo intentando un encuentro con palabras fuertes que puedan sostenerme, pero cuando miro la cara y las manos de las que me caen, me doy cuenta que en mi boca solo corren palabras borrachas.
12- ânsia de ficar admirando
13- beijo demorado nas costas da mão
16- do you have rain?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1- acendendo outro incenso
2- olhada para a cara de alguns livros espalhados e tal
3- borboletas azuis
4- chá concentrado de alecrim
5- a cabeça não está tão vazia
6- estalo: beijo com gosto de sangue
7- minha memória não tem salvação
8- a pedra me diz: 'eu sou uma pedra!'
9- Roger engenheiro
10- ainda me lembro de Antonio Carlos Jobim
11- um pouco mais de concentração, concentração...
14- outra poção de alecrim
15- oração pra Santa Laura (foi aconselhamento sério), abro os livros e começo a escrever, enfim.
e há de ser

e há de ser

decerto

deserto

sem ser tão...

ser tão...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

já é primavera, desde ontem.
e eu estou feliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiz. desafinadamente feliz.


(plantamos uma árvore com as crianças pra comemorar.)

Fronteiras?

Territórios não se delimitam, fronteiras não se marcam. Não importa de que estejamos falando, sejam as fronteiras da identidade individual ou cultural, as fronteiras das palavras, da linguagem ou do pensamento, as fronteiras da memória ou do esquecimento, as fronteiras do corpo, do espaço ou do tempo, etc.
Toda construção, seja ela identitária ou de outra ordem, se dá em processos mnemônicos, conscientes ou inconscientes, apreendidos pela memória ou que escapam a ela.

Sem perceber, vamos caminhando num movimento contínuo de sentidos que vão sendo atribuídos pelos balizamentos construídos e (trans)vertidos, sempre de uma possibilidade a outra, entre extremidades e sentidos demarcados por limites que são estabelecidos e rompidos. Todo movimento é ação/reação, é osmótico, reflexo do entorno.

As fronteiras são linhas de sensibilidade que se cruzam, ora copulam, ora se barram e assim vão construindo sua própria história, contada pelos des-re-territórios que detém. Os territórios são compósitos incapazes de se controlar plenamente, pois sempre haverá algo para além dos seus contornos.
As fronteiras são líquidas, dialeticamente construídas.


(os territórios somos nós. até aonde vamos?)

sábado, 20 de setembro de 2008

Constante

Finalmente chove. É uma chuva sem vento, sem força, mas constante. Assim o prazer se prolonga por mais tempo e me apego ainda mais... porque é constante. Olha, até que é um nome bonito...

Aos vinte sóis postos do mês de setembro do ano de dois mil e oito, interrompendo pesadas noites e tórridos e longos dias de calor, fumaça e sequidão, cai em solo sedento após diversas tentativas, a primeira chuva do período, que por ser longa e vir desacompanhada de ventos fortes e torrente, achou-se por semelhança chamá-la Constante. Assim foi feito.


(Talvez seja este o segredo... de tudo que é, porque quando não é deixa de ser.)

(chegou antes de domingo a tarde, mas as surpresas são sempre emocionantes.)
( chuva caindo é música que se improvisa. estou feliz!)



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ela está por perto.
eu sei que vem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

0

Não sei, não sei. Tem alguma coisa estranha rolando e nem adianta me perguntar se é pra mais ou pra menos. Não sei, de fato. Tenho andado muito... alguma coisa (ou menos).
Como se não bastasse esquecer tudo, agora já nem penso. Ando com uma mania feia de querer fazer qualquer outra coisa, menos o que devo. Um bom exemplo são os livros. Sinto um prazer enorme em folhear qualquer um que apareça pela frente, só não os teóricos do mestrado. Dia desses eu só queria algo que tivesse figuras, como criança que escolhe o livro pelas cores, e com preguiça de ficar emendando letrinhas faz a leitura da história olhando só os desenhos (já fiz muito isso, mas nos velhos tempos, quando era criança de verdade).

Ontem eu fiquei por horas na livraria olhando pequenos manuais de física, química, biologia, história do Brasil, arquitetura e até um livro de piratologia (é, piratologia).
Hoje tomei uma decisão drástica. Chega dessa falta de senso com o dever, oras!
Me coloquei sentada numa cadeira em frente a um dos livros que DEVO ler e daqui eu não sairia sem escrever umas boas linhas para a dissertação. Até que eu fui obediente, mas... SHAME ON YOU!

O sol subiu, manteve-se a pino, declinou e agora já foi dormir. Se me perguntar dos matizes de cores que o artista usou na obra que estampa a capa do livro eu conto tudo pra você...

(sete incensos jazem na janela. quando vai ser a hora de acordar?)

domingo, 14 de setembro de 2008

I believe in the moon.

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu moro num fim de rua. Minha casa fica na parte baixa, onde a rua termina. É no meu portão que ela morre... ou nasce.
A rua é uma linha reta ladeada por árvores médias, formando um corredor que sobe e afunila. Daqui, olhando lá em cima, a fronteira é de asfalto e céu.
E é desse ângulo que eu vejo a lua, toda cheia nascendo lá na fronteira. Ela surge no meu pedaço de horizonte, justo no meu pedaço de horizonte. Quando isso acontece, a impressão de quase sempre, no início, é de que ela vai se soltar e rolar ladeira abaixo. E eu teria a lua na concha da minha rua em frente ao portão. Mas ela continua eternamente firme, enorme, subindo, eclipsada ou não, cheia ou não, enquanto a gente gira pra direita, enquanto eu continuo sobre a mesma superfície, olhando, lívida, imóvel, pregada num risco qualquer do chão.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

DAS DESCRIÇÕES

- E aí, como foi, me conta?!

- Pô velho, cê não faz idéia... foi muito louco... mó viagem, cara... cê tem que ver... a sacada do cara é demais... ele é fudidão pra caralho... muito louco mesmo... pô! foi lindo pacas... aí... cê tem que ver... quando cê for ver, cê vai sacar logo de cara tudo o que eu tô te falando... é mó onda...pu-tiz gri-la!... pirei nele, meu... boto fé, boto fé... tipo... ... ... cê tá entendendo?

- (ô.ô)... ahãn...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Por onde anda a chuva que não vem?
(o desejo é fundo, enorme, aberto.)
Por onde anda eu no todo?
Um silêncio de areia povoa o meu deus deserto.

Aqui não se salvam fantasmas... nem almas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"tudo em ti é da natureza
e toda natureza é arte
minha natureza de ti parte
e finda em ti mesma."

(pra sempre é muito tempo, e é pra lá que a gente leva algumas coisas)
"... o que você demora é o que o tempo leva."
(Vambora - Adriana Calcanhotto)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre o Tempo

Foi assim quando passei pelo retorno de Saturno. É você parado e o tempo correndo, é um lugar seco e seguro e a tempestade lá fora, é urgência e é calma, noite e dia, inverno e verão.
(De que lado você está?)
Tudo o que é, de repente, já não mais...
E tudo sempre volta, igual e ao mesmo tempo diferente.





(O tempo continua passando e isso aqui já envelheceu. O novo sempre estará por chegar.)

sábado, 6 de setembro de 2008

FRAGMENTOS - por Maurício Oliveira


FRAGMENTOS
por Maurício Oliveira (MT)
.
As imagens que serão expostas constituem um grupo diversificado de fotos urbanas e de fotos de natureza selvagem. A característica que todas têm em comum é a sensação clara de serem “fragmentos de algo muito maior”. Todas têm o poder de sugerir que existem elementos que escancaram a nossa pequenez diante de um mundo de características monumentais. E, em função de nosso cotidiano, acabamos ignorando essa percepção.
.
Período: 06/09 a 05/10 - Local: Galeria de Artes
SESC ARSENAL - Cuiabá
Terça a Sexta-feira: 14h às 21h
Sáb., Dom. e Feriados: 16h às 20h
Entrada Franca
eu queria que a chuva chegasse num domingo
no fim da tarde

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

abraço engenheiro

De pé, na parte mais escura do jardim, olhando a rua, eu recebo um abraço. Tem um vento tão bom nesta noite! O vento que chega se encosta todo em mim. A sensação é a mesma daqueles abraços de corpo inteiro, onde a gente toma consciência do nosso corpo e do corpo do outro dos pés à cabeça. É um abraço que descansa, que dá prazer. Só agora percebo quanto tempo faz que não me entrego a um abraço demorado, desses abraços cheios de engenho onde a gente se encaixa tão bem no outro que não tem mais vontade de sair. Desses abraços que nos deixam assim... zen, que nos enchem de calma de uma tal maneira que a gente até se esquece, por um momento, de onde veio e pra onde tem que ir...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

catando post lá de baixo, acho que é saudade

Ai, que saudade de ti!

Lá em Poa tudo é sempre tão tri...

E me lembro do pôr-do-sol no Guaíba visto da cúpula da Casa de Cultura Mario Quintana em tardes fugidas cheias de solidão, sob o céu de Porto Alegre...
O sol se esfria no Guaíba. Quando encosta faz tsssssssss... ^^
O clip é da Pública, banda de lá. Mostra alguns pontos da 'Londres' brasileira. O som da galera é muito bom.


domingo, 31 de agosto de 2008

Desespero

Tomba sobre ela esse vazio mórbido das horas cinzentas. É como a angústia de ter que abandonar um filho. Não sabe o caminho da direita, não sabe o da esquerda, não tem pés para pisar o que ficou para trás, nem pernas para o que está adiante. Não tem dor, não tem voz, é paciente e diz pouco, nada vai muito além de um sussurro. Dessa infinidade de pequenas janelas que se penduram no seu vazio, abre-as todas, mas uma cena diferente se revela em cada uma delas.

(No espelho há um corpo inerte, frio e duro.)

sábado, 30 de agosto de 2008

Tem uma lagartixa na parede.

(pronto! já voltei ao normal)
um cara, que nunca vi mais azul, perguntou se eu já tinha ouvido uma música que era lindíssima e tal, do Raul. há uns trezentos anos não me lembrava dela. quase furei o bolachão. ouvi e fiquei ego-centrica-mente imaginando que ela tivesse sido feita pra mim, pra mim... rá.
fica o registro.


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

tenho pensado em assassinato: matar quem vem me matando já faz um tempo.
acho que isso está se tornando uma idéia fixa.
acho que me sinto forte pra isso apartir de hoje.
eu consigo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

até o infinito


ICHS - UFMT

domingo, 24 de agosto de 2008

às vezes o coração e a mente adoecem de uma tal forma
que o corpo não aguenta.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

para algumas coisas, necessárias, que eu gostaria muito de preservar, a minha memória praticamente inexiste. para outras que eu gostaria sinceramente de apagar, ela é como mnemosine.

domingo, 17 de agosto de 2008

Não me lembro em que noite de sono sem memória comecei a sonhar. E o desejo do meu sonho é tão vasto que não cabe no mundo. São duas profundezas que se conjugam em eco. Porque o devaneio do sonho faz crescer o sonho do sonhador.
o meu pensamento é um rio sem bordas.
sou um soluço traçado em linha reta.
O meu tempo vai tornando-se cada vez mais linear, histórico. Minha página se escreve a partir dele. Calendários, datas, arquivos de memória instauram referências fixas, permitem que eu nasça. Mas não me encontro no decorrer dele.

sábado, 16 de agosto de 2008

f



_mããããããe... vem ver o que eu achei!

_ã?... ai... (lá vem bomba.)

_por que é que eles estão assim?

_(não falei?!) bem... er... é que... deixa ver... assim...ain...

_eu sei! eu sei!

_óò!

_ é que esse aqui tava cansado, então esse resolveu carregar ele um pouco.

_... É!... É SIM!... É!... ^^

_lindo, né?

_muito...^^

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

nós fazemos trilha


O contato com a natureza é revelador.
Mágico, sempre.
Gosto do pôr-do-sol, de fazer trilha, de árvores, de ver a chuva caindo, música, ler, escrever e de Quintana. Sonho com castelos, cavaleiros medievais, bandolins e constelações. Vou ao cinema e choro nas cenas de amor. Não assisto telejornais, a violência me deprime. Prezo um pássaro em vôo, uma Amazônia selvagem e pessoas verdadeiras. Quero conhecer Galápagos, ver o deserto e ir para a Patagônia. Gosto de poesia e de cabelos compridos. Gosto de línguas, de mitologia, de palavras e cabelos coloridos. Um banho de cachoeira e um abraço apertado acalmam meu espírito. Acredito na lua e em revoluções. Torço pela paz.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Enquanto a dissertação não chega...



adoro esse gato, sou louca pela Mafalda e morro de tesão pelo recruta Zero ^^

ai,ai...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

das coisas que se escondem dentro do nada

nada importa, definitivamente.

nada, definitivamente, importa.

nada tem sempre grande importância.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sabe, Honey
me sinto cansada, não sei o que fazer com as coisas quebradas. Tento abandoná-las, mas não se desprendem. Acabam me irritando pra valer. O meu nada transborda de metades.
Sabe, Honey
me sinto tão cansada, queria marchar o tempo de volta. Qualquer lugar do princípio serviria para alguns desenhos em textura fina. Talvez eu escolhesse outras palavras ou de repente acendesse a luz.
Sabe, Honey
o meu pensamento não pára, eu sonho acordada e ainda vejo meninos azuis. O tempo cresce e eu diminuo.
Honey,
eu vou aprender a linguagem dos sinais e um dia eu conto tudo pra você num único gesto.
É pena que você não enxergue até esse lado da rua.
ano passado, naquela loucura com as disciplinas do mestrado era bom de verdade. a gente conseguia se divertir e fazer planos. agora ficamos aqui, cada um choramingando no seu canto, sentindo os espinhos de uma dissertação solitária. éramos mais felizes e não sabíamos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Les Triplettes de Belleville



assisti faz alguns anos. hoje pude ver de novo.

Aymberê recomenda.

Inteligente

pra rir muito http://www.catarro.blogspot.com/
um dos blogs mais lidos.
eu me diviiiiiiiiirto no Catarro Verde.
*****!!
saco!
um monte de 'tarefa da escola' pra fazer e eu não consigo escrever nem uma puta linha que preste. mais irresponsável do que ando, impossível. tudo está ficando pra depois, os prazos já venceram. isso me acaba, mas sei lá o que se passa.


(eu falando palavrões? nossa! acabei me esquecendo que tenho cara de menina que não fala essas coisas... ^^)
.
.
bosta!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

De sentir no próprio corpo



Caravaggio - Tomé, o Incrédulo, 1602-3







Jacques-Louis David - A Morte de Marat, 1793

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

fluxo

Terça-feira, dia quente num inverno de céu sem cor. A única coisa sinestésica é o aroma de fumaça cobrindo o jardim. Nada de vaidade; pela pátria, pelo verbo, pela coragem, avante! Grita com o dedo em riste minha calma. Tudo mentira. O pensamento se adianta, e olhando de lado, mãos dadas com o vento, sussurra: pelo verbo! palavras são ruínas ou recompensas futuras; eternas... não escapamos delas... O que faço? Não conheço todas. Vou saboreando algumas de cada vez, e a minha calma é lenta demais, não consegue nunca passar por mim. Tenho minhas fomes, impulsos, e vivo sonhando. Penso adquirir poderes sobrenaturais: inventar moral, uma língua nova, justiça salomônica. Sonho sempre com um universo fantástico, atravesso paredes, influencio pensamentos, determino vontades (que as de todos sejam sempre boas), beijo o herói da minha história favorita, morro de amor, nenhum mendigo pela rua, saudações à sabedoria, fuga aos tiranos, o mundo é salvo. Quando mudo de conto de fadas, o herói embora outro é sempre o mesmo. A vida recomeça. Vai! E olho as aparências do mundo. Podre! Mas quê?... Continuo sonhando. Espero uma hora nova, menos severa. Que minha calma me alcance, que o aroma da liberdade seja nosso. Prossigamos.

.

.
http://www.youtube.com/watch?v=c9j_RZDqYc4

yep!

eu quero vrijen
AGORA!


eu quero vrijen, eu preciso...
TEM QUE SER AGORA!


(outra hora eu conto o que é 'vrijen', nesse momento não dá...)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

parafraseando Carlos Varela

O MEU SILÊNCIO NÃO DIZ NADA
E AO MESMO TEMPO ESCONDE TUDO
a palavra que eu tanto procuro
às vezes me encontra

desejo sempre
mas nunca espero

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Monica Bellucci e Vincent Cassel
"Uma palavra não diz nada
e ao mesmo tempo esconde tudo
(...)
um olhar não diz nada
e ao mesmo tempo diz tudo..."

Una palabra é uma composição do cubano Carlos Varela. Eu a ouvi pela primeira vez assistindo ao filme Chamas da Vingança de Tony Scott que tem como ator principal Denzel Washington e há também a participação de dois atores brasileiros (coisa que me dá satisfação em ver), o Gero Camilo que fez Carandiru, Cidade de Deus e Bicho de Sete Cabeças entre outros e o Charles Paraventi que também está em Cidade de Deus entre outros. Digam o que disserem eu gostei do filme, mas uma das partes mais lindas foi ouvir essa música. A letra é mais que maravilhosa, diz tanto... E nela dá pra perceber o quanto a voz por si só já é extremamente musical, o instrumento é mero acompanhante.
Tomei a liberdade de colocar em português esses vesos aí em cima, mas são só metade do que ela diz.
Não consegui encontrar no youtube um vídeo com o Carlos Varela cantando (acho que não procurei direito), só mesmo esse cara fazendo onda. É só pra ouvir, não precisa ver, aliás, só ouvir sem ver dá mais peso a ela . Vale a pena.

domingo, 3 de agosto de 2008

eu tenho nome? que nome é o meu? que nome sou eu?
Tem uma palavra perdida em algum lugar.
(Eu fico aqui nessa angústia. É tão importante pra mim...)
Eu procuro, procuro, procuro até que me canso... e nada!
a vida me pegou pela mão e anda me arrastando por aí.
o seu nome eu tenho na ponta da língua. eu sei de cor. eu sei o gosto que ele tem. em cada palavra que eu pronuncio ele está impresso. é ele que me nomeia, que me demora, que me retém.
pela língua eu respiro, como os inforcados. esse gosto me impacienta. não sei se faz mal ou bem.



(está chovendo lá fora - lá fora)

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre essa beleza imposta como padrão e que atormenta as mulheres pela impossibilidade de não serem quem realmente são.

http://br.youtube.com/watch?v=iYhCn0jf46U

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Reservo direitos autorais

O homem ainda vai inventar um objeto perfeito que, depois de inventado não precisará de auxílio de qualquer outro tipo de tecnologia para funcionar. É um objeto que faz a gente viajar, ver coisas de maneiras diferentes e conhecer lugares sempre novos mesmo que velhos.

E eu o manusearei da forma que eu quiser e precisar sem nenhum incômodo. Aí, não precisarei mais possuir um aparelho de dvd, ir até a locadora locar um filme, chegar em casa, conectar o aparelho na eletricidade (inventaram a eletricidade só pra isso) e colocar o disquinho dentro desse aparelho, pegar o controle remoto, descobrir que algo não quer funcionar, ficar nervosa em ter que deixar para o dia seguinte (afinal, foi um malabarismo com os compromissos do dia para conseguir um tempinho para ir à locadora, locar o filme, ir para casa e ainda ter no mínimo duas horas disponíveis para assistí-lo) , pois haverá a necessidade de contactar um técnico para ir até a minha casa e descobrir o problema do aparelho, ou do controle remoto, ou da TV, ou da eletricidade...
e precisarei arrumar outro tempo para ver o filme. Isso se o problema for simples e eu não tiver que levar algo para ser concertado fora de casa, atrasando por mais alguns dias a apresentação do filme escolhido.

Bem, nesse meio tempo eu já tive que devolver o filme para não pagar multa na locadora. E pagar outra locação do mesmo filme nem pensar!
Mas como eu ia dizendo, ainda vão inventar o objeto perfeito que poderá me acompanhar onde quer que eu vá, funcionando sempre que eu o abro, e eu nem vou precisar ligá-lo em nada, não precisarei pagar locação ou multa por atraso de entrega, não perderei tempo indo até a locadora para isso. Esse objeto funcionará sem controle remoto e nunca precisarei chamar o técnico. Esse objeto perfeito se chamará “livro”.
"É preciso ter humildade. É preciso saber que o melhor de mim não serve pra todo mundo."

(Bartolomeu Campos de Queiróz)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

"o seu nome tatuado no meu braço
tem a importância do meu braço."

quinta-feira, 24 de julho de 2008

"Fundação da poluição

Os pigmeus, que têm corpo pequeno e memória grande, recordam os tempos de antes do tempo, quando a terra estava acima do céu.
Da terra caía sobre o céu uma chuva incessante de pó e de lixo, que sujava a casa dos deuses e lhes envenenava a comida.
Os deuses estavam, havia uma eternidade, suportando essa descarga sebosa, quando sua paciência acabou.
Enviaram um raio, que partiu a terra em dois. E através da terra aberta lançaram para alto o sol, a lua e as estrelas, e por esse caminho subiram eles também. E lá em cima, distante de nós, a salvo de nós, os deuses fundaram seu novo reino.


Desde então, estamos embaixo."

(Espejos. Una historia casi universal - Eduardo Galeano)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Confluência dos sentidos



William Turner - Fishermen at Sea, 1796.




William Turner - Yacht Approaching the Coast, 1835




(permanentemente em uma paisagem de Turner)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tosca sim, mas com estilo...

'Eudiota' e mais alguns bons adjetivos.
"E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam a noite
E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam o silêncio, tudo que é deixado é o que eu escondo."
(Elephant Gun - Beirut)

domingo, 20 de julho de 2008

Receita do Maurício

Como você costuma dizer, é... é... ...."asdjfklsahdfkljashdfkjsh"
Adorei!!

Beijo!


sábado, 19 de julho de 2008

tentando estabelecer contato por telepatia.
...
... ...
.
. ... ... ...
...
... ...
.
tentativa fracassada.

sereias invisíveis

"As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias invisíveis, sensualidades incorporadas. Estremeço se dizem bem...
... Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar..."
(Bernardo Soares)
a lua escalou o céu e de lá me olha.
estou ficando meio encabulada.
já não sei o que faço com as mãos...
Vou sair por aí. Quero encontrar um espaço propício onde eu possa abrir a porta e deixar sair os meus fantasmas.
Preciso escrever.

É pela palavra que eu 'organizo' o meu caos, os meus fantasmas, isso que me persegue. É pela palavra que o meu maior fantasma ganha corpo e o olho de vidro de quem eu amarei.

O desequilíbrio é a meta. O equilíbrio não me diz nada.

Nada tem muita graça se os meus fantasmas não estiverem soltos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Acho que vou tirar a roupa. Está muito frio aqui, mas tem alguma coisa me incomodando. Tem alguma coisa presa no meu corpo que acaba me dando essa sensação estranha de sufocamento. Quero abandonar, me despojar do que me aperta, do que me detém.
Não me importo de estar nua, prefiro estar nua. Se esse frio se intensifica, me cubro de palavras
e tudo fica bem.

(Minha pele é papel bom de escrever.)
Ainda bem que eu sou eu.
É bem verdade que às vezes me quero bem longe de mim.
Mas eu gosto de ser quem eu sou.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

eu e a TV

Péssima idéia! Alguns minutos na frente da TV e saio deprimidíssima.
Ouço o de sempre, que eu não sou lá grandes coisas e que minha vida é uma ... (me perdoem a intenção da palavra feia). A TV me diz que eu não tenho aquele carro, eu não serei como a mulher que estava dentro dele. Eu não tenho o cartão de crédito daquele banco, eu não sou especial. Eu não lavo os meus cabelos com aquele xampu, os meus cabelos não são sedosos e brilhantes como os da atriz da propaganda, eu não serei nenhuma atriz. Eu nunca serei BOA, não sirvo cerveja. Eu não fumo, minha vida não é e nem vai ser uma aventura. Eu não uso as roupas daquela marca, estou lamentavelmente fora de moda...



...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

dessa outra solidão de estar só

Talvez seja isso. Talvez seja essa, essa sozinhidão.
É como ser eremita de pedras secas que já moraram no mar.

terça-feira, 15 de julho de 2008

da solidão de estar só

"No deserto estão secas
as pedras que no mar se molhavam
a semelhança confunde o eremita que solitário demais
passou o tempo entregando-se à solitária memória
aqui a pedra seca
para o eremita não perdeu
a qualidade húmida de poder
ter estado ao pé do mar."

(Fiama Hasse Paes Brandão)

http://br.youtube.com/watch?v=-HTqBd4UAhw

(da poetisa portuguesa Fiama Hasse, musicado para violoncelo por Adriana Calcanhotto)

Quando eu estiver bem velha vou ter que dizer tudo o que penso e sinto, pois os lugares dentro de mim, tão usados e gastos, já não suportarão guardar mais nada, nem uma palavra sequer.
Direi ao vento.
"A dor do parto é também de quem nasce"
(colhido por aí.)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Livros para ler, um dia...

Durante palestra ministrada em um encontro de literatura na UFRJ, a escritora angolana Maria Celestina Cruz Fernandes contou, em breve relato, a história do seu lugar. Angola, um país da África Austral, maltratado primeiro pela colonização portuguesa de 1484 até o ano do meu nascimento, passando por uma guerra de libertação e auto-afirmação onde muitas atrocidades foram cometidas. Isso até bem poucos dias. Por muito tempo as pessoas conseguiam fazer apenas uma refeição por dia em virtude de uma crise econômica sem precedentes, além de um índice de analfabetismo alcançando a casa dos 85%. Dá pra imaginar isso?
E dentro da história de sofrimento e bravura de um povo castigado no tempo não dá pra parar de pensar numa frase dita por Maria Celestina: “Assim que a economia do país começou a reagir e as pessoas tinham dinheiro para comprar comida, elas começaram a comprar comida e livros desesperadamente. Tinham medo de que tudo aquilo pudesse acabar. Mesmo os que não sabiam ler adquiriam livros na esperança de um dia poder lê-los...”

Não há o que dizer depois disso.
Quem dera fosse essa a fome de todo mundo...



Rio de Janeiro, 08 de julho de 2008.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Canibalismo

Não dá pra sair por aí comendo qualquer um. A gente deve comer somente quem verdadeiramente nos interessa, pois o ato de devorar o outro nos torna repletos dele. Ele passa a morar em nós.


(Não é à toa que os canibais devoravam seus mais poderosos inimigos. Havia algo tão especial neles que os tornavam objeto de desejo do outro.)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

dias iguais.

sábado, 5 de julho de 2008

"Vi minha vida se desenrolar diante de mim como uma figueira de um conto que havia lido. Da ponta de cada ramo, um gordo figo roxo acenava e me seduzia com um futuro maravilhoso. Um figo significava um marido e um lar feliz com filhos, outro era uma poetiza famosa, outro uma professora, outro era Esther Greenwood, a surpreendente editora, outro era a Europa, a África e a América do Sul, outro Constantin e Sócrates e Átila, um bando de amantes com nomes esquisitos e profissões originais, outro ainda era uma campeã olímpica, e acima de todos esses figos havia muitos outros que eu não conseguia entender. Vi-me sentada sob essa figueira, morrendo de fome, só porque não conseguia decidir qual figo escolheria. Queria-os todos, e escolher um siginificava perder o resto. Incapaz de me decidir, os figos começavam a murchar e apodrecer, e um a um caiam no chão a meus pés."


Trecho do livro A Redoma de Vidro de Sylvia Plath.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cordel

O poeta me disse assim:

"Vou
Vou pregar na parede
Um pedaço de céu
...
Vou buscar outra constelação
Entre a noite que vai
E o dia que vem
..."

Fiquei pensando se conseguiria medir o peso de cada frase sobre mim. Fechei os olhos e me lembrei do pedaço de céu que sempre colo na parede e tentei imaginar uma maneira de tatuar no meu braço um risco de mar...
Olhei para o Lirinha em cima do palco sob luzes táteis. Um corpo magro de gestos grandes ocupando um lugar no espaço maior do que aquele que se supõe. Acho que é porque as idéias são fortes que ele gesticula tão aumentado.
Na falta de uma rolleyflex mirei com a minha Sony. Será que uma 'sonizinha' moderna diminui o peso que se quer dar ao ato? Bem, como estava dizendo, empunhei a minha Sony, mirei e comecei a disparar flashes numa tentativa de reter o acontecimento. Mas eu não queria só algumas imagens congeladas, eu queria aquela imagem. Aquela imagem que suga o momento de tal maneira que faz com ele fique para sempre no gerúndio.
... encurvado.
... retesado.
... de braços abertos.
... apontando para o alto.
... cantando, declamando, tocando.
... luzes.
... tambores.
... chocalhos.
... palavras - Era o que eu queria. Eu queria fotografar as palavras.

Uma bandeira erguida pela galera e baquetas partidas no peito de um tambor. Eu pulo bem alto, sou forte como um guerreiro das tribos do norte vestido com seu colar de sementes e só.

Meu desejo não tem nada com as grandes coisas, mas com aquelas que são insignificantes, que moram no chão. Um dia o Manoel me disse que as coisas que não valem nada tem muito valor.
Acreditei pra sempre.


"...
Vou
Vou riscar no meu braço
Um pedaço de mar...
...
Eu canto aqui
Eu olho daqui
Eu ando aqui
Eu vivo
Canto aqui
Eu grito aqui
Eu sonho aqui
Eu morro...
(morro)"

domingo, 29 de junho de 2008

Os céus estremecem sob carícias em duas tonalidades.
Num delírio eu vejo deuses que se beijam preparando as suas tempestades.



(Eu quero provar do ópio imaginado.)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

... também das águas do Lethes chega-se a Poseidon.

(porque os rios vão para o mar)



Para o Esquecimento
em Kafka à beira-mar de Haruki Murakami

domingo, 22 de junho de 2008

QUAIS SÃO OS SEUS HERÓIS?

Uma fuçada rápida no youtube e olha só...
Pra ver e ouvir duas vezes.

http://br.youtube.com/watch?v=7oXis0HZPz0&feature=related

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Que lua! Que lua!

Meus deuses!
A lua está insuportavelmente bela. Não queria nem olhar, mas ela me cola pavorosamente à janela. E dá uma saudade de não sei o que, uma tristeza que não sei por que, uma 'tonteria' que não entendo do que.
Às 18:30, ainda próxima, era um adjetivo bruto que me arrebentava por dentro. Agora, já mais no alto, é um adjetivo exato que deixei cair da boca não sei onde.


(meu coração bate acelerado)

domingo, 15 de junho de 2008

HOMEM da vida toda


"Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto..."
Mário Quintana

quinta-feira, 12 de junho de 2008

por Antônio Sodré

físsil


I

“ta” tudo tão “difácil”
“ta” tudo tão difícil
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil!


II

é tão cruel a espada,
é tão monstruoso o míssil
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil!


III

ó! Doce manga dócil!
ó! duro osso fóssil!
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil!

sábado, 31 de maio de 2008

Algumas almas tornam-se um vício e não conseguimos saber porque...

Sob livros desaparecidos e alguns ácaros

Entre um assunto e outro, entre um silêncio e outro, um rabisco, outro rabisco. Lápis e papel também são boa companhia em boa companhia. Não me lembro de tudo que conversamos. Acho que falamos em café, mas de plástico.
A minha satisfação não sabia que estaria para ser raptada dentro de 5 segundos e mais ou menos um pouco (não entendo porque me abalo).
Fiquei pensando então, em qual teria sido o meu melhor crepúsculo, a melhor leitura sem sapatos, de quais outonos tenho folhas guardadas, meu último inverno de pés gelados, o abraço mais triste e apertado...
Enumero algumas sensações e outro fato:
1 - Todas as coisas são mudas;
2 - Nenhum vento entra e ninguém sai, somente a sombra que rasteja não pode ser detida;
3 - Um ouvido paciente é capaz de ouvir o silêncio em toda a sua profundidade e extensão.

Escorrego na cadeira e olho o alto para onde lanço bolinhas de pensamento rasgado.
Fico cuspindo para o teto acertando sempre o mesmo lugar, como um daqueles personagens de Gogol.


(me esqueço no tempo como uma pedra)

domingo, 18 de maio de 2008

A la céation du monde, il y a des millions d'années, Guaraci, le soleil, et Jaci, la lune, s'aimaient. Mais ils se voyaient seulement quelques minutes le matin et le soir. Et encore, pas tous les jours! Et ils étaient très mallheureux. Guaraci attendait Jaci tout le jour. Quand, enfin, elle apparaissait, lui devait se coucher. Jaci attendait Guaraci toute la nuit. Quand il se levait, elleétait obligée de s'en aller. Un soir...

Caidocais

E tudo entra em movimento com o que se tem. Parto sempre de uma cacofonia trágica. A roda entra em curso quando me curvo em silêncio - é nele que me suicido em alguns dias pela manhã.
O tempo não pára. Nem todas as paredes permanecem. Busco apoio num canto imaginado, fecho os olhos de náufrago, umedeço uma única mão espalmada, sinto cheiro de óleo, água e sal. A soleira da porta é o marco que me detém. Abro meu reservatório de sonho e de janela e de horizonte construo duas únicas possibilidades. Lanço-me em legenda congelada. Um som de flauta me suga para o porto. Observo os navios que dormem envelhecidos, são todos muito parecidos comigo. O meu limite é o desassossego de uma palavra vazia. Desalojo um significado para pô-lo em lugar qualquer, não quero ter o que dizer-te.



(ainda fecho os olhos
para no escuro sentir o peso
da mão que segura a minha)

-sonhos futuros.