domingo, 31 de agosto de 2008

Desespero

Tomba sobre ela esse vazio mórbido das horas cinzentas. É como a angústia de ter que abandonar um filho. Não sabe o caminho da direita, não sabe o da esquerda, não tem pés para pisar o que ficou para trás, nem pernas para o que está adiante. Não tem dor, não tem voz, é paciente e diz pouco, nada vai muito além de um sussurro. Dessa infinidade de pequenas janelas que se penduram no seu vazio, abre-as todas, mas uma cena diferente se revela em cada uma delas.

(No espelho há um corpo inerte, frio e duro.)

sábado, 30 de agosto de 2008

Tem uma lagartixa na parede.

(pronto! já voltei ao normal)
um cara, que nunca vi mais azul, perguntou se eu já tinha ouvido uma música que era lindíssima e tal, do Raul. há uns trezentos anos não me lembrava dela. quase furei o bolachão. ouvi e fiquei ego-centrica-mente imaginando que ela tivesse sido feita pra mim, pra mim... rá.
fica o registro.


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

tenho pensado em assassinato: matar quem vem me matando já faz um tempo.
acho que isso está se tornando uma idéia fixa.
acho que me sinto forte pra isso apartir de hoje.
eu consigo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

até o infinito


ICHS - UFMT

domingo, 24 de agosto de 2008

às vezes o coração e a mente adoecem de uma tal forma
que o corpo não aguenta.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

para algumas coisas, necessárias, que eu gostaria muito de preservar, a minha memória praticamente inexiste. para outras que eu gostaria sinceramente de apagar, ela é como mnemosine.

domingo, 17 de agosto de 2008

Não me lembro em que noite de sono sem memória comecei a sonhar. E o desejo do meu sonho é tão vasto que não cabe no mundo. São duas profundezas que se conjugam em eco. Porque o devaneio do sonho faz crescer o sonho do sonhador.
o meu pensamento é um rio sem bordas.
sou um soluço traçado em linha reta.
O meu tempo vai tornando-se cada vez mais linear, histórico. Minha página se escreve a partir dele. Calendários, datas, arquivos de memória instauram referências fixas, permitem que eu nasça. Mas não me encontro no decorrer dele.

sábado, 16 de agosto de 2008

f



_mããããããe... vem ver o que eu achei!

_ã?... ai... (lá vem bomba.)

_por que é que eles estão assim?

_(não falei?!) bem... er... é que... deixa ver... assim...ain...

_eu sei! eu sei!

_óò!

_ é que esse aqui tava cansado, então esse resolveu carregar ele um pouco.

_... É!... É SIM!... É!... ^^

_lindo, né?

_muito...^^

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

nós fazemos trilha


O contato com a natureza é revelador.
Mágico, sempre.
Gosto do pôr-do-sol, de fazer trilha, de árvores, de ver a chuva caindo, música, ler, escrever e de Quintana. Sonho com castelos, cavaleiros medievais, bandolins e constelações. Vou ao cinema e choro nas cenas de amor. Não assisto telejornais, a violência me deprime. Prezo um pássaro em vôo, uma Amazônia selvagem e pessoas verdadeiras. Quero conhecer Galápagos, ver o deserto e ir para a Patagônia. Gosto de poesia e de cabelos compridos. Gosto de línguas, de mitologia, de palavras e cabelos coloridos. Um banho de cachoeira e um abraço apertado acalmam meu espírito. Acredito na lua e em revoluções. Torço pela paz.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Enquanto a dissertação não chega...



adoro esse gato, sou louca pela Mafalda e morro de tesão pelo recruta Zero ^^

ai,ai...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

das coisas que se escondem dentro do nada

nada importa, definitivamente.

nada, definitivamente, importa.

nada tem sempre grande importância.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sabe, Honey
me sinto cansada, não sei o que fazer com as coisas quebradas. Tento abandoná-las, mas não se desprendem. Acabam me irritando pra valer. O meu nada transborda de metades.
Sabe, Honey
me sinto tão cansada, queria marchar o tempo de volta. Qualquer lugar do princípio serviria para alguns desenhos em textura fina. Talvez eu escolhesse outras palavras ou de repente acendesse a luz.
Sabe, Honey
o meu pensamento não pára, eu sonho acordada e ainda vejo meninos azuis. O tempo cresce e eu diminuo.
Honey,
eu vou aprender a linguagem dos sinais e um dia eu conto tudo pra você num único gesto.
É pena que você não enxergue até esse lado da rua.
ano passado, naquela loucura com as disciplinas do mestrado era bom de verdade. a gente conseguia se divertir e fazer planos. agora ficamos aqui, cada um choramingando no seu canto, sentindo os espinhos de uma dissertação solitária. éramos mais felizes e não sabíamos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Les Triplettes de Belleville



assisti faz alguns anos. hoje pude ver de novo.

Aymberê recomenda.

Inteligente

pra rir muito http://www.catarro.blogspot.com/
um dos blogs mais lidos.
eu me diviiiiiiiiirto no Catarro Verde.
*****!!
saco!
um monte de 'tarefa da escola' pra fazer e eu não consigo escrever nem uma puta linha que preste. mais irresponsável do que ando, impossível. tudo está ficando pra depois, os prazos já venceram. isso me acaba, mas sei lá o que se passa.


(eu falando palavrões? nossa! acabei me esquecendo que tenho cara de menina que não fala essas coisas... ^^)
.
.
bosta!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

De sentir no próprio corpo



Caravaggio - Tomé, o Incrédulo, 1602-3







Jacques-Louis David - A Morte de Marat, 1793

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

fluxo

Terça-feira, dia quente num inverno de céu sem cor. A única coisa sinestésica é o aroma de fumaça cobrindo o jardim. Nada de vaidade; pela pátria, pelo verbo, pela coragem, avante! Grita com o dedo em riste minha calma. Tudo mentira. O pensamento se adianta, e olhando de lado, mãos dadas com o vento, sussurra: pelo verbo! palavras são ruínas ou recompensas futuras; eternas... não escapamos delas... O que faço? Não conheço todas. Vou saboreando algumas de cada vez, e a minha calma é lenta demais, não consegue nunca passar por mim. Tenho minhas fomes, impulsos, e vivo sonhando. Penso adquirir poderes sobrenaturais: inventar moral, uma língua nova, justiça salomônica. Sonho sempre com um universo fantástico, atravesso paredes, influencio pensamentos, determino vontades (que as de todos sejam sempre boas), beijo o herói da minha história favorita, morro de amor, nenhum mendigo pela rua, saudações à sabedoria, fuga aos tiranos, o mundo é salvo. Quando mudo de conto de fadas, o herói embora outro é sempre o mesmo. A vida recomeça. Vai! E olho as aparências do mundo. Podre! Mas quê?... Continuo sonhando. Espero uma hora nova, menos severa. Que minha calma me alcance, que o aroma da liberdade seja nosso. Prossigamos.

.

.
http://www.youtube.com/watch?v=c9j_RZDqYc4

yep!

eu quero vrijen
AGORA!


eu quero vrijen, eu preciso...
TEM QUE SER AGORA!


(outra hora eu conto o que é 'vrijen', nesse momento não dá...)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

parafraseando Carlos Varela

O MEU SILÊNCIO NÃO DIZ NADA
E AO MESMO TEMPO ESCONDE TUDO
a palavra que eu tanto procuro
às vezes me encontra

desejo sempre
mas nunca espero

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Monica Bellucci e Vincent Cassel
"Uma palavra não diz nada
e ao mesmo tempo esconde tudo
(...)
um olhar não diz nada
e ao mesmo tempo diz tudo..."

Una palabra é uma composição do cubano Carlos Varela. Eu a ouvi pela primeira vez assistindo ao filme Chamas da Vingança de Tony Scott que tem como ator principal Denzel Washington e há também a participação de dois atores brasileiros (coisa que me dá satisfação em ver), o Gero Camilo que fez Carandiru, Cidade de Deus e Bicho de Sete Cabeças entre outros e o Charles Paraventi que também está em Cidade de Deus entre outros. Digam o que disserem eu gostei do filme, mas uma das partes mais lindas foi ouvir essa música. A letra é mais que maravilhosa, diz tanto... E nela dá pra perceber o quanto a voz por si só já é extremamente musical, o instrumento é mero acompanhante.
Tomei a liberdade de colocar em português esses vesos aí em cima, mas são só metade do que ela diz.
Não consegui encontrar no youtube um vídeo com o Carlos Varela cantando (acho que não procurei direito), só mesmo esse cara fazendo onda. É só pra ouvir, não precisa ver, aliás, só ouvir sem ver dá mais peso a ela . Vale a pena.

domingo, 3 de agosto de 2008

eu tenho nome? que nome é o meu? que nome sou eu?
Tem uma palavra perdida em algum lugar.
(Eu fico aqui nessa angústia. É tão importante pra mim...)
Eu procuro, procuro, procuro até que me canso... e nada!
a vida me pegou pela mão e anda me arrastando por aí.
o seu nome eu tenho na ponta da língua. eu sei de cor. eu sei o gosto que ele tem. em cada palavra que eu pronuncio ele está impresso. é ele que me nomeia, que me demora, que me retém.
pela língua eu respiro, como os inforcados. esse gosto me impacienta. não sei se faz mal ou bem.



(está chovendo lá fora - lá fora)

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre essa beleza imposta como padrão e que atormenta as mulheres pela impossibilidade de não serem quem realmente são.

http://br.youtube.com/watch?v=iYhCn0jf46U