domingo, 5 de julho de 2009

Quando nos identificamos

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Parafraseando Walter Benjamim (1994) em A doutrina das semelhanças, dizemos que o saber oculto repousa sob a esfera da semelhança revelando-se, ao passo que sobre ela se lance um olhar profundo. As semelhanças são maquinações da natureza, no entanto, nós somos os que possuem a capacidade suprema de revelá-las. A existência regida pela semelhança possui vastidão. A semelhança nos destina sem que dela tenhamos consciência. É apenas uma fração daquilo que nos determina. As semelhanças que percebemos, se comparadas àquelas das quais não temos consciência, são partículas de uma imensidão 'específica'. Sem que possamos nos dar conta, se correspondem naturalmente assumindo um significado decisivo que nos reflete, nos dualiza, nos familiariza, nos individualiza, nos configura, nos prescreve, nos preexiste.


(Eu brinco de ser moinho de vento e árvore e nuvem e trem.)