sábado, 9 de abril de 2011

O quarteto de Dublin

ainda estou a roer-me com o fato de não estar lá em Sampa para o show do U2. só o ler ou ouvir notícias já fazem brotar algumas borboletas no estômago.
alguns amigos foram, outro nonsense desistiu com o ingresso na mão e eu... bem, eu sou um caso de distração temporaudiovisual agúda gravíssimo - não há cura!

...

envelhecer é algo incrível. eu sorrio, nesse momento, de satisfação com o tempo.
estava aí olhando as imagens da banda e me lembrando da carinha de rapaz do Bono que eu, menina aos 12, deitada no chão da sala no escuro, repintava todos os dias diante dos olhos pra dar rosto à voz que eu ouvia saindo do toca-fitas. no início eram duas fitas do U2 e uma do The Smiths, presentes do mano. fui pega por Sunday Bloody Sunday e New Year's Day e depois veio todo o resto.

eu admirava imensamente o que ouvia, a ponto de investigar afinidades com a pergunta: "gosta do U2?". alguns amigos foram selecionados com ela. e quando pessoas que eu gostava diziam "não conheço", pensava logo em oferecer uma tábua de salvação. rá!
anos depois o namorado sacou logo o lance e me deu de presente o recém chegado Zooropa (1993). a minha coleção de fitas foi sendo substituída pelos cds. e assim foi.

o Paul Hewson, ou melhor, o Bono é um cara admirável. eu fui, certamente, moldada pelo que via e ouvia: Pride (In the Name of Love),dedicada a Martin Luther King; Angel of Harlem e Desire, em homenagem a Billie Holiday; When Love Comes to Town e All I Want Is You ao lado de B. B. King; Miss Sarajevo em dueto com Luciano Pavarotti e toda a dedicação a causas sociais e pela liberdade: Aung San Suu Kyi.

é um prazer envelhecer sob a aura dessa geração.