sábado, 31 de maio de 2008

Sob livros desaparecidos e alguns ácaros

Entre um assunto e outro, entre um silêncio e outro, um rabisco, outro rabisco. Lápis e papel também são boa companhia em boa companhia. Não me lembro de tudo que conversamos. Acho que falamos em café, mas de plástico.
A minha satisfação não sabia que estaria para ser raptada dentro de 5 segundos e mais ou menos um pouco (não entendo porque me abalo).
Fiquei pensando então, em qual teria sido o meu melhor crepúsculo, a melhor leitura sem sapatos, de quais outonos tenho folhas guardadas, meu último inverno de pés gelados, o abraço mais triste e apertado...
Enumero algumas sensações e outro fato:
1 - Todas as coisas são mudas;
2 - Nenhum vento entra e ninguém sai, somente a sombra que rasteja não pode ser detida;
3 - Um ouvido paciente é capaz de ouvir o silêncio em toda a sua profundidade e extensão.

Escorrego na cadeira e olho o alto para onde lanço bolinhas de pensamento rasgado.
Fico cuspindo para o teto acertando sempre o mesmo lugar, como um daqueles personagens de Gogol.


(me esqueço no tempo como uma pedra)