quarta-feira, 12 de novembro de 2008

oneiros-2 (tempo duplo e cindido)

o velho maquinista passa com um abano de braço inteiro pra fora do seu corpo de máquina. parecem familiares os óculos, os cabelos brancos, o gesto grande e o apito do trem. olho pra estrada de ferro e me vejo bem velha nivelando dormentes. aperto o corpo num cruzar de braços e sinto essa saudade que um velho sente dos anos viçosos.

na primeira curva acentuada, um descarrilhamento de mim.