terça-feira, 18 de dezembro de 2007

na deslealdade dos dias

O silêncio frontal impõe-me a tua presença. Ainda na memória busco o rastro aceso dos teus olhos (nunca sei o que realmente olham). À margem de ti, mantive-me navegando em múltiplas ausências.
Rabisco no inverso desse avesso arquipélago, minha história ao contrário. Não sei em que pé minha ilha se apóia. O incerto murmura na paisagem astrolábica dos meus olhos semi-cerrados. Invoco um enigma azul que rompe esse luto adverso.

(mas me quebraram os gestos e fio-me no surdo-mudo das palavras.)