sexta-feira, 31 de outubro de 2008

nada não. só resmungando mesmo.
iço minha bandeira com o emblema do silêncio. não quero falar com ninguém.
acho que tô mudando o rumo das coisas aqui. tudo fase, tudo ficção.


ou não.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

hay algo para volver despues que yá se fue?
eu tô cansada de um monte de coisa. cansada do calor, de ver a hora passar sem que eu tenha conseguido uma grande produção, cansada de esperar não sei o que, de sentir algumas coisas, cansada da dissertação, dessa bosta de computador travando, do raio da TPM, de coisas fora do lugar e do encardido do chão.

tô cansada dos pesadelos. até 3 ou 4 meses atrás era difícil sonhar, depois disso é um pesadelo por noite, quando não vários.
os sonhos andam merecendo consideração, estão se tornando cada vez mais raros.
Pé Grande, o Abominável Homem das Neves, gosta mesmo é de ficar dentro da caverna com uma pedra enooooorme na frente.
Qualquer coisa é só mandar e-mail.
Abração!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MNemosine

a minha memória mora mesmo só aqui.

des-descoberta

ter memória é uma coisa muito djiou... djioutro mundo. faz tempo que eu ando sem. eu costumava não esquecer as coisas, era mais detalhista, analista, observadora. agora tudo passa translúcido. já nem me lembro o que comi no almoço. olho, mas não vejo, ouço, mas não gravo - isso no mesmo segundo.

hoje fui fazer uma entrevista e não levei gravador (esqueci ^^). será que a tia repete tudo de novo pra euzinha se eu voltar lá amanhã com um? até tentei escrever, mas na boca dela tinha um acelerador e meus dedinhos se atropelaram.

poxa, nunca imaginei que memória fosse como sola de sapato.
eu era mais viva, tô meio morrida já. talvez seja isso. e acabo escrevendo porque me dá uma falsa sensação de lembrança pra depois. só é estranho que eu não me lembre de tudo o que eu quero e o que deveria lembrar. o resto tem uma gósma grudenta. não adianta, não sai.
Bilac já dizia que podia ouvir as estrelas. Alguém deve ter achado que era coisa de maluco e tal, afinal, nem deram crédito. Agora vem um bando de cientista afirmando que, de fato, as estrelas fazem barulho. Todo mundo aplaude... e o poeta... rá! o poeta fica sem nenhuma participação nisso.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"É da brincadeira que nasce o hábito, e mesmo em sua forma mais rígida o hábito conserva até o fim alguns resíduos da brincadeira. Os hábitos são formas petrificadas, irreconhecívies, de nossa primeira felicidade e de nosso primeiro terror."
(Walter Benjamim - 1928)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

quero navegar pelo Caribe até a baía de Mobile, ir para um quarto de hotel e depois descer de chinelos pela Main Street com o vento levantando meu vestido. sem essa cara de turista com máquina fotográfica pendurada no pescoço.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E eu pensava que fosse em agosto. Fiz circulos num aeroplano e desenhei sorrisos que só sorriam pra mim. Troquei de anéis com Saturno e esperei a primeira chuva chegar, pra ver se seu rio encostava no meu.

(não choveu forte dessa vez.)
gritinhos de crianças tomando banho de chuva.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Audições antes de morrer

Tá aí do lado, mas não custa lembrar. Os 1001 melhores álbuns da história que você não pode deixar de ouvir, com uma resenha de cada um deles e o link pra baixar. Todas as preciosidades que a gente sempre quis aparecem por lá!

http://1001albuns.blogspot.com/

Quadrinhos

Relançamento do volume inicial de Sandman aqui no Brasil.
http://jovem.uol.com.br/album/sandman_preludiosenoturnos_album.jhtm?abrefoto=11

terça-feira, 21 de outubro de 2008

cumulus nimbus

só ela bagunça o cabelo da gente
e arranca a roupa

do varal.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

porque somos a sociedade do espetáculo toda tragédia vira show. O que era pra ser drama vira performance, o que é horror, de tão espetacularizado, acaba se tornando inspiração.
Algumas coisas me dão nos nervos. Ligar a TV, por exemplo, tem me causado asco.


(Debord continua tendo razão)

domingo, 19 de outubro de 2008

meus pensamentos todos inscritos numa pedra
tudo termina em muros cinzentos que limam o frio

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Capítulos de uma Dissertação

por aqui o que mais se faz é chá. são filas de canecas em efusão. qualquer dia desses me descontrolo e pimba! terei tido uma overdose com alecrim.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

que falta me faz um momento qualquer...

o sabor das palavras

Algumas palavras me dão uma sensação de pertencimento, de idéia possuída desde sempre. Broto no exato instante em que o silêncio as pronuncia, arremessando o eco de seu sabor pela caverna do meu tato. E saio catando a sinestesia de cada uma delas com um repetido desespero e consciência de que havia ainda muito por degustar. E o temor de que todo o sentido se apague por algum descuido do tempo me oca por inteiro.
Essência é uma delas. Es-sên-cia.
Essência tem tanta essência... Essência tem essência no desenho que as letras emendadas fazem no papel. Essência tem essência no som. Sinto um sabor indescritível quando a pronuncio. Sempre que penso nessa palavra repito-a inúmeras vezes pra mim mesma com a intenção de sentir dela aquilo que eu possa ter perdido, sem deixar de passar novamente pelo já sentido.
Essência me faz acreditar integralmente em essência. Essência é essencial. É minha melhor palavra.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Essa lua me invade.

Sobre considerações

Encontrei meu sujeito extraordinariamente antropocêntrico mediado por uma representação lingüística franca. Apresentou-se na sua melhor forma: em silêncio.
Essa linguagem vai sempre além do que suponho. Em silêncio tudo tem sentido, desarmo-me de conceitos, estou permanentemente diante do nada que significa na direção da sua necessidade de significação. Sua tarefa não é dar o sentido, mas descobri-lo. E o sentido é único em cada um de nós, porque vemos e sentimos de maneira única. Não importa nossa intenção, o silêncio tem vida própria.
Estava eu, no auge dessa consideração quando o meu sujeito extraordinariamente 'subjetivo' e nada metafórico, num ataque de nervos, mandou-me calar a boca, assim! nestes termos.


.........melhor o silêncio.




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sábado, 11 de outubro de 2008

se me calo ou se falo
é com você que me mudo
se estou avesso
você é verso
se você versa
eu suspiro
escuto

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

a minha cor é inconstante
eu sou caleidoscópica como Clarice.


(saudade eu sei de quê)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

na enchente dos meus olhos

o rosto fica alagado de maçãs
me explica,
quais os olhos da tua indecisa cor?




(http://www.fotolog.com/ang_font/23886220)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

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a minha expressividade é uma palavra já dita

Sobre diálogos

perguntou-me do tempo. respondi que não gosto de relógios:


_qual a questão?
_necrose da memória.
_rio sem bordas?
_lunações.


baixou os ombros e fez silêncio. cem anos se moveram. ergui os olhos e perguntei do tempo:


_será que vai chover?
_se o vento mudar...
algumas coisas eu sei etimologicamente de cor*
outras não sei por quê...



(publicado originalmente em http://www.fotolog.com/ang_font/24139267)

*do latim: de coração
" A mulher, nua, é o céu azul. Nuvens e roupas são um obstáculo à contemplação. A beleza e o infinito seriam então admirados sem véu algum."
(Victor Hugo)
Aí veio um cara chamado Gavin Pretor-Pinney e completou: "O que me chama a atenção é o fato de tanto as nuvens como as roupas serem instrumento de sedução. Na condição de "obstáculos à contemplação", ambas podem estimular nossa apreciação da beleza ..."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre essas perguntas feitas aos corpos nus das palavras

DE QUE SÃO TECIDAS AS HISTÓRIAS?
(m.p.)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Acho que o Mario está doente. Clico quinhentas vezes no xis pra fechar uma janela e ele não responde, anda sonolento, devagar quase parando. Cada vez que ligo ele tem uns trecos esquisitos, fica piscando metade da tela, algo parecido com um tic... sei lá.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

It's raining.
tem um vento tão bom nesta noite... é a chuva que vem chegando devagarzinho. tudo flutua num semitom imprevisto entre duas linhas em branco. o ângulo é agudo e ao mesmo tempo liso. sou eu me perdendo em metades e você medindo equilíbrio. é o meu gesto sonâmbulo e o seu silêncio geometricamente impreciso.


(sentir algo é sentir de dentro e sozinho)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

essa história de "você é o que você lê" é uma ditadura.
"Se os dias são de chumbo as palavras precisam ser leves"
(Antonio Carlos Sequim)