quinta-feira, 21 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte XII

um frio intenso nos acompanhou desde a primeira noite de retorno. o aquecedor do carro é uma ferramenta falida. estamos quase congelados.
optamos pela rota mais curta e eu, navegadora, me esqueci de verificar a distância de postos de combustíveis. foi por pouco.

a nevasca fez uma grande curva e passou a nossa frente. já havia nevado  em algumas cidadezinhas de beira de estrada quando ancoramos para reabastecer. a viagem está rápida.

indo para Córdoba, saímos da via principal e fomos por Traslasierra passando por Mina Clavero, um lugar cheio de rios, arroios serranos, pequenos vales, a Estancia Jesuítica la Candelaria no Camino de las Estancias - declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO - e o Camino de los Artesanos (pequenas comunidades autenticamente hippies). a rota provincial nos fez passar por Altas Cumbres, uma serra de rochas aparentes entrecortada por uma estradinha de rípio.

enfim, uma paisagem lindíssima e lugares inesquecíveis.

ir a Córdoba e não passar por Mina Clavero é como ir a Cuiabá e não conhecer a Chapada dos Guimarães: não viu nada.


















depois de Altas Cumbres saímos na estrada de Carlos Paz. Se o Roberto Carlos tivesse passado por aqui antes de compor aquela música que fala das "curvas da estrada de Santos", certamente teria cantado "as curvas da estrada de Carlos Paz".

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem Parte XI

Senhor Puyehue-Cordón Caulle, na sua intensa atividade sísmica, nos fez desistir de continuar ao sul.


(la Tierra del Fuego y Ushuaia - la ciudad más austral del mundo - van a quedarse para la proxima.
la nube de cenizas cruzó la cordillera y precipitó en las ciudades argentinas.)

rumbo a nuestro hogar!
vamos nosotros!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem Parte X

nos despedimos correndo da paisagem lívida com a notícia de nevasca se aproximando.
tentamos voltar pelas montanhas, passando novamente pelos caracóis de Villavicencio, mas a nuvem se aproximou com uma velocidade tamanha que antes de chegarmos a 1km de subida já não se via absolutamente mais nada. não víamos nem a estrada nem as laterais de pedra.
cegueira branca.
fizemos meia volta cuidadosamente e fomos pela estrada de túneis ao lado do rio. era a estrada da minha primeira vez. ainda estava circulável.
acelerávamos o possível e olhando no retrovisor víamos a nuvem gigantesca descendo sobre tudo atrás de nós. era uma visão lindíssima. deixamos a nevasca para trás, mas a frente, tremendamente fria, veio de carona com a gente.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte IX

descemos do carro e as crianças chafurdaram o rostinho na neve.
bonecos e anjinhos.

culipatin montanha abaixo.
risos, tombos e gritinhos.
felizes! felizes!
el paso con el Chile.















domingo, 17 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte VIII

montanhas! finalmente, as montanhas!








de Mendoza saímos em direção a ruta 7, no entanto, optamos por alcançá-la por cima, passando pela reserva natural de Villavicencio, em direção a Uspallata.

passamos pelo monumento Canota e chegamos aos pés das montanhas. começamos a subir. a estrada é de chão batido, mas tão bem feita quanto o asfalto que deixamos para trás. carros pequenos transitam com naturalidade.
estamos nos Caracoles de Villavicencio. antigamente esta era a passagem obrigatória para se chegar ao Chile. é um caminho pitoresco, também conhecido como Camino de las 365 curvas ou La ruta de un año. são 17 km fazendo curvas sem parar, subindo em zig-zag pela montanha, o que torna a inclinação quase imperceptível para os quase 3 mil metros a que se chega.

a paisagem é estonteante. passamos pela velha estação de telégrafo que unia Mendoza com o Chile em 1934. alcançamos as Ruinas de Hornillos y El Balcón, um mirante geológico produzido pela erosão mecânica do vento e da água das chuvas, onde podemos ver rochas vulcânicas duras. chegamos à Cruz de Paramillos y Vía Crucis, uma cruz construída pelos jesuítas no início do século XVII.
chegamos, finalmente, no mirante do Cerro Aconcágua - do quechua: "Ackon Cahuak" ou "Centinela de Piedra".
é lindo e o vento forte e gelado já nos chega aos ossos. fotografo com os olhos, com a memória e a objetiva.
subiria até o topo.
fomos pelo caminho de Darwin, encontramos a placa de pedra e seguimos para Uspallata, passando pela estrada de pinheiros que, secos nesta época do ano, nos deram outro postal inesperado.
em Uspallata pegamos a ruta 7 em direção a Los Penitentes. a estrada dança entre montanhas cobertas de neve. a paisagem é deliciosamente branca e meus pés estão congelados. fazem -23º.














chegamos à estação.
meu coração opera em frevo. estou novamente diante dos monges, sentados, em silêncio.
meditam.
ainda são os mesmos e...
quanto a mim...

não tenho pensado sobre isso.

sábado, 16 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte VII

partimos para Mendoza às 7:30h e temos 1.090km até lá. seguimos pela ruta 7, passando pela província de Córdoba. o país inteiro está enfrentando uma crise de combustível e em todos os postos há filas e filas para o abastecimento de gasolina. precisamos de diesel e tivemos sorte até agora.

está mais frio que ontem. dentro do carro é quentinho, mas lá fora está petrificante.

saindo da província de Córdoba e entrando na de San Luis começamos a subir pela primeira vez em 3.200 km dentro do território argentino. estamos subindo lentamente e já alcançamos 700m do nível do mar.

as cordilheiras começam a fazer sombra lá no horizonte.
dormiremos em Mendoza e teremos nosso vinho. um gole já basta.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte VI

submergimos do subte e eis que o obelisco rasga o chão e cresce à nossa frente.

fomos ao Palacio del Gobierno, à Catedral onde se encontram os restos do soldado desconhecido, à Plaza de Mayo, ao Mercado de las Luces, ao teatro Colón, Cabildo, à Florida...

tomamos o ônibus amarelo e fomos a San Telmo, El Estaño, Caminito, Madero Este, Puerto Madero, Plaza San Martín, Malba, Palermo, El Solar, Barrio Chino, Museo Larreta, Recoleta...

a arquitetura é lindíssima. e como há monumentos! as construções são imponentes do início ao fim.
há quem reclame da arrogância do portenho. então, devo dizer, talvez seja reflexo da arquitetura da sua cidade.

para apreciar Buenos Aires o ônibus amarelo é uma excelente alternativa. e para se locomover, usar o metrô é a escolha mais inteligente. de carro, com um mapa e GPS poderíamos chegar facilmente a qualquer um desses lugares, mas estacionar em qualquer ponto dessa cidade torna-se uma dor de cabeça sem remédio. o melhor é desprender-se.
com o ônibus amarelo podemos subir e descer quantas vezes quisermos e permanecer o tempo desejado nos lugares escolhidos, podendo sempre tomar o próximo ônibus.

Bs. As. é toda charmosa. linda!
garoou no fim de tarde.
tem uma lua imensa no céu desta noite.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte V

ficamos soltos pela avenida Cabildo e aproveitamos os Cafés (medialunas que las quiero!)
eu queria levar uma "panaderia argentina" lá pro Shangri-Lá.
está frrrio.

até as 10 da matina temos uma Buenos Aires quase deserta. nada aberto. a cidade acorda às 10:01h e então toma-se o café da manhã, calmamente, para pensar o dia. tive a impressão de que as pessoas aqui não se importam muito com o relógio. e até ele mesmo parece trocar o passo mais lentamente.

a cidade está inteira coberta pela névoa. está frio e eles, vestindo casacos, dizem: "que calor, hoy, no?!" ^^

às sete da noite, luzes acesas, ainda se diz "buenas tardes". ^^

o clima é outro, o ritmo é outro, os hábitos também.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte IV

o cansaço nos alcançou antes e dormimos em Avellaneda. *
partimos de lá às 8 da matina. até Santa Fé o asfalto é um tapete em linha reta. a gentileza das pessoas e as árvores continuam as mesmas. o Matheus é o nosso leitor oficial de piadas. foi super brother abrindo pra nós o seu livro Proibido para Maiores... Paulo Tadeu fez sucesso por aqui.

seguimos pela Ruta 11 até na altura de Barrancas, passando por cidadezinhas costeiras e cabanas charmosas com telhado de palha em camadas. é uma via alternativa bem conservada e segura. então resolvemos pegar a autopista. bem, estávamos muito bem na Ruta 11: pouquíssimo movimento e espaço suficiente. na autopista tudo ficou diferente: tráfego intenso e muito lento. ok! a M já tinha sido feita e ficamos por lá mesmo.

chegamos em Buenos Aires às 19h local. a cidade ferve. foi um custo achar hotel e o carro precisava permanecer na rua. ocorre que as construções aqui no bairro estão em terrenos muito estreitos e carros ocupam muito espaço. então, lugar de carro é na rua. só tem um pequeno problema: o carro de todo mundo da cidade está estacionado na rua.
mas fomos tão sortudos que... plin! a única vaga disponível estava na porta do nosso hotel e em frente a agência de polícia. isso sem dúvida nos deixou muito tranquilos, apesar de todo mundo da cidade deixar os veículos na rua por eras, sem o menor receio. pra nós, no início, isso foi meio estranho porque não estamos acostumados com certa , digamos, naturalidade.

está super frio e estamos com muito sono.


* aproveitando, tem um filme, Luna de Avellaneda, dirigido por Juan José Campanella que assisti em 2006 e que gostei bastante. trata-se da Avellaneda de Buenos Aires e penso ser uma boa indicação para um pouco de cinema argentino.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte III. 1

na argentina.
entramos pela província de Formosa e vamos em direção a província de Santa Fé, passando por Resistência e Reconquista.

em solo argentino a paisagem muda completamente, sendo inteira plana, de terreno alagado e vegetação rasteira - gramíneas de um verde dourado lindíssimo. sinto, imediatamente, saudade dos meus pampas gaúchos. é quase como estar lá.

estamos entre 25 e 50 metros do nível do mar. nada de termal, por aqui urubu descansa no pasto.
a rodovia é uma linha reta sem fim. é até estranho pra quem está acostumado com as curvas e autos e baixos do terreno brasileiro. mesmo assim não é monótono, é tudo agradável de ver.

a guarda rodoviária é literalmente rodoviária. socorrem até veículos com problemas. e como são gentis: conversam, perguntam, riem. toda a gente é agradabilíssima e sempre disposta a atender qualquer solicitação.

ainda não sentimos frio. estamos de camiseta e bermuda.

a lua está quase cheia. dormiremos na cidade de Santa Fé e teremos lua cheia amanhã, em Buenos Aires.

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte III

(para a mãe)


estamos todos bem.

a viagem está sendo tranquila. são sete da manhã e estou em um hotel chique de Asunción. o hotel não possui quartos, mas sim verdadeiros apartamentos (sala, quarto, copa e cozinha), tudo preparado para receber os milhares de estudantes brasileiros que vem para fazer mestrado ou doutorado nos meses de férias. um luxo!

chegamos ontem às nove da noite, mas rodamos bastante pela cidade a procura de hotel (estão todos lotadérrimos), isso nos deu a oportunidade de conhecer inúmeras ruas da capital e, devo dizer, estou embasbacada. os prédios são antigos e lindos. estou na europa do final do século XIX, início do sec. XX (Belle Époque). para ter uma idéia, as portas de entrada dos prédios possuem, todas, de 3 a 4 metros de altura na largura de uma porta comum. são verdadeiras obras de arte.

a cidade é bonita, limpíssima e super super super bem policiada. as pessoas muito educadas. nada de far west por aqui.
o país inteiro está enfeitado para a copa.

em relação a estrada, é como estarmos dirigindo no estado de São Paulo: asfalto bom e bem sinalizado. a paisagem é como a da Chapada dos Guimarães. A rodovia também é bem vigiada, há muitos postos da polícia rodoviária (caminera) e eles nos param sempre e pedem documentos. são muito calmos e gentis. pra ter uma idéia, de Pedro Juan até aqui, passamos por uns 10 postos (ou mais). isso nos surpreende devido a extensão do Paraguay e em comparação com a distância dos postos no Brasil. e significa que há muita gente trabalhando. nos sentimos seguros.
nada daquele negósdi propina. nessa parte do país a polícia parece não ter os maus hábitos dos colegas no Brasil. talvez por não estarem tão acostumados com turistas como na parte sul.

bem, o Paraguay foi uma boa surpresa.
estamos saindo para Clorinda, a primeira cidade em território argentino. até lá temos uns 40km, passando pela aduana. depois seguimos para Buenos Aires. daqui até Buenos Aires temos mais ou menos 1500km. estou me saindo bem no español. desenferrujando. sentia saudades.

as crianças estão bem comportadas dentro do carro, depois da aquisição em Pedro Juan . um alívio! o silêncio é tão grande que até incomoda. mandam beijos.

viajar no troller está sendo mais confortável do que imaginamos (em comparação com a Land).

escrevo de Buenos Aires.

beijos!


Angl

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte II

de Ponta Porã atravessamos a rua e estamos em Pedro Juan Caballero, Paraguay. Pedro Juan é um excelente sítio de compras. encontra-se de tudo por preços excelentes. mas há que saber onde comprar o quê. levamos jogos (DS) para as crianças.

passamos na aduana e tudo ok. saímos de Pedro Juan às 16 e chegaremos em Asunción, próximo à fronteira com a Argentina.

sábado, 9 de julho de 2011

Expedição Megahertz - Relato de Viagem parte I

sairíamos amanhã bem cedo, mas aqui em casa a galera é mesmo imprevisível. decidimos sair às quatro dessa tarde de sábado. o trânsito no trecho de Cuiabá a Rondonópolis está péssimo como sempre. acidentes fatais. tudo parado por mais de uma hora. a pista lotada até não poder mais e carretas alucinadas - jacarés gigantes que tentam devorar os pequenos veículos, baratinados, em fuga.

dormiremos em Campo Grande. queremos o sul da Argentina.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Colhido por aí

um sonho sonhado só é só um sonho
um sonho sonhado junto é ALUCINAÇÃO COLETIVA.

^^