sábado, 27 de dezembro de 2008

Pensamento sem bordas

dia de viajar para ver a mãe e a hermana. dia de acordar com aquela apreensão insuportável que encosta em mim todas as vezes que preciso pegar a estrada.

finalmente pude abraçar demoradamente a mãe - a hermana só chega na terça. já era quase um ano sem vê-las. a única graça de estar aqui é ficar o tempo todo em casa com elas.

esse lugar não me emploga. mas a uns minutinhos atrás eu estava lá fora e me lembrei de outra coisa que realmente vale muito a pena. essa cidadezinha me dá um céu que Cuiabá não pode me dar. já havia esquecido como é olhar pro céu à noite e ver, de boca aberta, tantas estrelas.
deito na calçada e não consigo caminhar lá em cima, não há espaço onde se possa pisar entre elas.
na primeira tentativa de traçar um caminho, me perco. o labirinto aqui é maior e a decisão é sempre solitária. sombras inquietas continuam à espreita. esse silêncio eu sei de cor, mas continua não me dizendo nada.

fecho os olhos e sonho como uma pedra.