terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não há como sentir a vertigem do momento sem deixar-se embaralhar por ele

Venho dos lados de Várzea com alguns pensamentos na cabeça. Pensei na redundância que isso representava, mas deixei que ficasse assim mesmo.
O Salomão me cutuca e mostra o sol quase encostando no rio. Espero pelo barulho.
O dia é morno agora, tem um vento leve soprando. Ouço o Tim Buckley e acho que tem alguma coisa dele nos Secos e Molhados. (alguém aí?)
Penso em acontecimentos e silêncios cavernosos.
Enquanto estou ali parada o tempo passa gritando cheio de razão coisas do tipo 'nada existe'. Tá! O presente é falso, não existe, porque o tempo não fica parado, passa; o futuro é algo que nunca vai existir porque sempre estará por chegar e nunca chegará.
A tristeza nisso tudo é que o passado é a única coisa verdadeira, mas já passou, portanto não existe mais. Onde é que nós ficamos?
Aí, pra evitar vestir pensamentos, você tira a roupa de algumas palavras, mas elas continuam como antes, dizendo o que dizem. Se você tenta dizê-las, então, o português fica macarrônico.
Melhor ficar aqui quieta e não pensar em nada, quem sabe as idéias se apagam.

Só acho muito difícil mudar as coisas de fora pra dentro.