terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fronteiras?

Territórios não se delimitam, fronteiras não se marcam. Não importa de que estejamos falando, sejam as fronteiras da identidade individual ou cultural, as fronteiras das palavras, da linguagem ou do pensamento, as fronteiras da memória ou do esquecimento, as fronteiras do corpo, do espaço ou do tempo, etc.
Toda construção, seja ela identitária ou de outra ordem, se dá em processos mnemônicos, conscientes ou inconscientes, apreendidos pela memória ou que escapam a ela.

Sem perceber, vamos caminhando num movimento contínuo de sentidos que vão sendo atribuídos pelos balizamentos construídos e (trans)vertidos, sempre de uma possibilidade a outra, entre extremidades e sentidos demarcados por limites que são estabelecidos e rompidos. Todo movimento é ação/reação, é osmótico, reflexo do entorno.

As fronteiras são linhas de sensibilidade que se cruzam, ora copulam, ora se barram e assim vão construindo sua própria história, contada pelos des-re-territórios que detém. Os territórios são compósitos incapazes de se controlar plenamente, pois sempre haverá algo para além dos seus contornos.
As fronteiras são líquidas, dialeticamente construídas.


(os territórios somos nós. até aonde vamos?)